“Se quisermos ter uma pesca da sardinha que continue nos próximos anos, vai haver um período em que é preciso apertar a cintura e isso é muito difícil”, referiu João Aguiar Machado no domingo.

Mas a Federação acredita que estas declarações são “no mínimo contraditórias, para não dizer absurdas e sem fundamento”.

Na mesma nota hoje divulgada, os pescadores lembram que “o mesmo diretor que em 2018 manifestou a sua satisfação pela recuperação do ‘stock’” decidiu agora “fazer estas declarações, sem serem revelados os dados da pesquisa feita este ano de 2019", que acreditam sejam melhores do que o ano anterior.

Na mesma entrevista, João Aguiar Machado observou que em 2008 se pescavam cerca de 100 mil toneladas e atualmente aquela quantidade está nas 12 mil toneladas e acrescentou que "alguma coisa está mal”.

Ainda assim, “os científicos dizem-nos que devia estar a zero, que não se devia pescar, se quisermos que o ‘stock’ recupere”, referiu.

A Federação, por sua vez, garante que foram “adotadas medidas de gestão muito rigorosas e que culminaram em 2018 com mínimos históricos” na captura de sardinha.

“Acreditamos ainda que a possibilidade de pesca para este ano de 2019 pode ser aumentada e que as 10.799 toneladas para Portugal e Espanha não chegam, como já se previa, sendo que neste momento em Espanha já esgotaram a sua possibilidade de pesca” até ao final de julho, defendeu a Federação.

Os pescadores citaram ainda a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, que disse na terça-feira que havia condições para aumentar a pesca de sardinha.

“Entendo que será um desconhecimento sobre os últimos dados que nós já temos, já analisámos, e que permitem com certeza termos aqui pelo menos uma base para pedirmos um ligeiro aumento daquilo que é a quantidade a pescar pelos nossos pescadores e pelos pescadores espanhóis”, disse a ministra sobre as declarações do diretor-geral dos Assuntos Marítimos e Pescas.

Os pescadores exigem assim “que se aumente a possibilidade da pesca da sardinha já a partir de 01 de agosto”, alertando para os riscos de a frota deixar de ser sustentável, caso o seu pedido não seja atendido.

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