
A medida de Pequim foi anunciada na sexta-feira pelo Comité da Pauta Aduaneira do Conselho de Estado (Executivo chinês), que a justificou como uma resposta direta às últimas tarifas aprovadas por Washington, que elevam o total de taxas aplicadas às exportações chinesas para 145%.
O Ministério do Comércio chinês acusou os EUA de seguirem uma política de “unilateralismo coercivo” e chamou a recente ofensiva tarifária de “jogo de números sem sentido económico”.
Numa reviravolta, o Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou na noite de quarta-feira uma suspensão de 90 dias das chamadas “tarifas recíprocas” impostas sobre o resto do mundo, mas manteve e agravou as taxas impostas à China.
A Casa Branca esclareceu, na quinta-feira, que a tarifa total sobre os produtos chineses é de 145%, uma vez que teve de ser acrescentada a tarifa de 20% que tinha sido anteriormente imposta à China devido à crise do fentanil.
A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo intensificou-se rapidamente, numa altura de grande volatilidade dos mercados. A China insiste que não quer uma guerra comercial, mas que “não tem medo de a enfrentar se necessário”.
A imprensa oficial chinesa assinalou, nos últimos dias, que o país asiático diversificou os destinos das exportações nos últimos cinco anos, pelo que não é tão vulnerável a uma guerra comercial com os Estados Unidos como foi durante a primeira presidência de Trump (2017-2021).
A televisão estatal CCTV destacou recentemente o papel da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), agora o maior parceiro comercial da China, e dos países emergentes em geral, com os quais o país realiza já 60% do seu comércio.
Comentários