“É a solução que consideramos fundamental para acabar com esta pouca vergonha que é a destruição massiva do serviço público postal em Portugal, que é um serviço fundamental para as populações, com o despedimento de trabalhadores, o encerramento de balcões, os atrasos na entrega do correio e as longas filas de espera”, disse à agência Lusa a deputada do PEV Heloísa Apolónia.
Falando à Lusa no final da manifestação que, esta tarde, reuniu em Lisboa trabalhadores dos CTT, utentes e autarcas (de juntas de freguesia e câmaras municipais) de todo o país, a deputada ecologista vincou que a situação atual dos Correios é “absolutamente inadmissível e a privatização foi o motor para toda esta destruição”.
“Os Verdes estão aqui hoje nesta manifestação para mostrar a nossa grande solidariedade para com estes trabalhadores e estes utentes que aqui estiveram”, explicou Heloísa Apolónia.
O protesto iniciou-se pelas 15:30 na praça do Marquês de Pombal e rumou à residência oficial do primeiro-ministro, António Costa, em São Bento, terminando quase duas horas depois com a entrega de uma resolução assinada pelas estruturas sindicais a exigir a reversão da privatização.
“Nós, de facto, estamos perante uma empresa que gerava imensos lucros e que, neste momento, o objetivo que tem é pôr dinheiro no bolso dos acionistas. Não é para isso que serve o serviço público postal, é para servir as populações”, notou Heloísa Apolónia, comentando que “isto está tudo subvertido”.
A par desta manifestação, decorre uma greve de 24 horas dos trabalhadores dos CTT, iniciada à meia-noite de hoje.
As ações são organizadas pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações (SNTCT), pelo Sindicato Democrático dos Trabalhadores das Comunicações e dos Media (SINDETELCO), pelo Sindicato Independente dos Correios de Portugal (SINCOR), pelo Sindicato Nacional Dos Trabalhadores Das Telecomunicações e Audiovisual (SINTAAV) e pela Comissão de Trabalhadores.
Na origem dos protestos está o Plano de Transformação Operacional dos CTT, que foi apresentado pela empresa em dezembro e que prevê a redução de cerca de 800 trabalhadores na área das operações em três anos e a otimização da rede de lojas, através da conversão em postos de correio ou do fecho de lojas com pouca procura.
Na quinta-feira, o parlamento rejeitou diplomas do PCP e do PEV para a recuperação do controlo público dos CTT e um projeto de resolução do BE para a rescisão do contrato de concessão por incumprimento, tendo este último tido os votos contra do PS, PSD, CDS-PP, PCP e PEV e os votos favoráveis do PAN e do BE.
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