"Os CTT privatizados deviam-se chamar de CTT/PSD/CDS. Esta não é uma opção do acaso […]. São esses senhores que estão aliás muito preocupados com todas as coisas que outros governos decidiram. Eu acho que talvez fosse altura de questionar as privatizações do PSD e CDS no tempo da ‘troika’ [Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia]", sugeriu Manuel Pizarro, durante um debate no Palácio dos Correios, na Baixa do Porto.
Durante um debate sobre "CTT Que Futuro?", que decorreu durante três horas no Porto e que contou com Guilherme d’Oliveira Martins, atual secretário de Estado das Infraestruturas, que tem a tutela das comunicações, Pizarro questionou como é que as privatizações foram feitas e porque é que os cadernos de encargos foram feitos daquela forma.
"Julgo que por acaso, nas administrações dessas empresas privadas, há sempre figuras conhecidas da vida pública por terem sido governantes do PSD. Será fruto do acaso, ninguém se questiona sobre isto", interrogou-se, reiterando que considerava que estava na altura do grupo parlamentar do PS questionar se não devia haver uma comissão parlamentar de inquérito às privatizações do tempo da ‘troika’.
A da TAP ainda se chegou a "tempo de a reverter", lembrou, mas as outras duas de que temos notícia, uma é a da ANA - Aeroportos de Portugal e a outra a dos CTT já não se foi a tempo.
Pizarro questionou ainda porque é que se "associou" uma licença bancária à privatização dos serviços postal universal.
“O país não terá direito a saber porquê, qual foi o fundamento dessa decisão, quem é que estudou isso, que pareceres o Banco de Portugal emitiu ou não emitiu sobre esse assunto, que peritos é que foram consultados ou nós temos de nos resignar a todos os desmandos que o PSD e o CDS fizeram neste país e ainda temos, qualquer dia de os ouvir responsabilizarem-nos pelo mau funcionamento dos Correios”, perguntou Pizarro, também vereador socialista na Câmara do Porto.
Para o presidente da Federação Distrital do PS/Porto, é “ocasião de escrutinar” porque é que aquelas decisões foram tomadas e “porque é que certas coisas foram decididas de uma determinada maneira” e porque é que os “contratos estão desta forma”.
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