Numa nota divulgada na Internet, a agência europeia de polícias indicou que a operação decorreu em toda a Península Ibérica em 04 de junho, com a participação da PJ, em representação de Portugal, e da Polícia Nacional espanhola e dos Mossos d’Esquadra, por Espanha, tendo sido efetuadas 19 buscas (13 buscas domiciliárias em território português), que resultaram na apreensão de provas físicas e digitais dos crimes.
Quarenta suspeitos foram detidos em Espanha e três estão detidos em Portugal e aguardam extradição para Espanha, depois de o Tribunal da Relação de Évora ter aplicado a medida de coação de prisão preventiva aos três elementos, sobre os quais recaem suspeitas dos crimes de burla qualificada e branqueamento de capitais.
Os três detidos de nacionalidade espanhola têm idades compreendidas entre os 25 e os 31 anos e residiam na zona do Algarve.
Entretanto, a PJ esclareceu também num comunicado que a denominada operação “Phantom” levou à constituição de 14 arguidos, inserindo-se ainda no âmbito de uma investigação em curso do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Faro.
Segundo a Europol, as fraudes assentavam num esquema de chamadas telefónicas fraudulentas e engenharia social, uma técnica de manipulação psicológica para a execução de ações que são depois exploradas pelos suspeitos a seu favor para desviar dinheiro das vítimas.
“Um dos principais alvos foi apanhado em flagrante e preso quando a polícia entrou em casa, ele estava sentado em frente ao seu computador com os dados bancários de uma das suas vítimas no ecrã. Além de recolherem computadores, telemóveis, cartões SIM e congelarem contas bancárias, os agentes no local também encontraram canábis e cocaína nas instalações revistadas”, adianta a PJ no comunicado.
Alguns idosos perderam as suas poupanças de toda a vida e vários foram coagidos a entregar o dinheiro à porta de casa, depois de uma primeira tática de chamadas fraudulentas (vishing), com a rede criminosa a visar sistematicamente cidadãos espanhóis idosos.
“Depois de extrair algumas informações básicas, o impostor partilhava-as com outros membros da rede criminosa que apareciam à porta das vítimas. Pressionando as vítimas com táticas de medo e engenharia social, os burlões apoderavam-se dos cartões de pagamento ou de crédito e extraíam o PIN e os dados bancários. Em alguns casos, os criminosos também forçavam a entrada nas casas das vítimas, roubando dinheiro e objetos de valor”, referiu a Europol.
O dinheiro desviado foi depositado em diversas contas bancárias espanholas e portuguesas e os membros desta rede procuraram dissimular a origem ilícita dos fundos através de uma “extensa rede de mulas de dinheiro”.
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