A plataforma sublinhou, em comunicado, que em 2018 foi atingido o “número mais baixo de sempre” de touradas realizadas em Portugal continental, de acordo com dados fornecidos pela Inspeção-Geral das Atividades Culturais (IGAC), mas a Federação Portuguesa de Tauromaquia (PróToiro) contrapôs argumentando que não estão contabilizados os festejos efetuados nos Açores e em Barrancos (Beja).
“Em 2018 foi atingido o número mais baixo de sempre de touradas realizadas em Portugal. De acordo com os dados oficiais acabados de publicar pela IGAC, realizaram-se no ano passado 173 espetáculos tauromáquicos, menos oito do que em 2017”, lê-se na nota da plataforma cívica.
Os dados da IGAC, destacou a Basta, referem ainda que no ano passado assistiram a touradas 379 mil espetadores, mas neste caso a plataforma afirma que o valor “não corresponde à realidade”, por ser obtido através de um “método arcaico, pouco rigoroso e credível”.
A IGAC contabiliza o número de pessoas que assistem a touradas através de estimativas realizadas pelos diretores de corrida, número que a plataforma entende “não ser credível nem refletir” a dimensão da atividade tauromáquica em Portugal, “tal como demonstram” os números oficiais apurados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com base nos bilhetes vendidos para as touradas.
“A plataforma Basta estima que o número de público que assiste a touradas seja cerca de 50% inferior ao que é apresentado pela IGAC (cerca de 150.000 pessoas), como se confirma analisando os dados oficiais publicados pelo INE, que até 2010 contabilizava o público das touradas através dos ingressos vendidos e oferecidos”, lê-se no documento.
Por sua vez, a PróToiro congratulou-se, através de um comunicado, com o número de espetadores em corridas de touros em Portugal, sublinhando que “aumentou pelo segundo ano consecutivo”, numa demonstração” inequívoca e incontornável” da força desta atividade cultural no país.
“Ao longo de 2018, mais de 440 mil pessoas assistiram a corridas de toiros, ou seja, mais cinco mil do que os 435 mil registados em 2017. Este crescimento reflete-se também na média de pessoas por corrida: em 2014 era de 2.240, quando em 2018 foi de 2.654 pessoas”, indicam os dados reunidos pela federação.
A plataforma Basta afirmou que as touradas “perdem todos os anos” público e apoios, estando “cada vez mais confinadas” aos municípios que apoiam a atividade com “milhares de euros” do erário público, “comprando” milhares de bilhetes para oferecer à população ou “subsidiando” a realização de espetáculos e a manutenção das praças de touros.
“Sem o recurso aos fundos públicos para custear os espetáculos, as touradas já estariam erradicadas do nosso país”, considerou.
Já a PróToiro realçou que, de norte a sul e também nas ilhas, houve espetáculos tauromáquicos em todos os distritos, com exceção para Aveiro, Braga e Vila Real.
“A confirmar a fortíssima adesão da ‘afición’ nortenha, as corridas de toiros realizadas nos distritos de Viseu e Viana do Castelo registaram 100% de ocupação e no Porto 98%. O distrito do Porto tem o maior crescimento nacional na taxa de ocupação em corridas de toiros, passando de 44% (2017) para 98% em 2018”, apontou.
"Com a retoma da economia, os portugueses começam já a sentir alguma folga no orçamento familiar e regressaram às touradas. São dois anos de crescimento, o que nos mostra que a tendência para o setor é favorável e positiva”, acrescentou o secretário-geral da PróToiro, Hélder Milheiro.
A Basta já alertou a IGAC e o Ministério da Cultura para o “erro” e solicitou ao inspetor-geral das Atividades Culturais que o público das touradas seja contabilizado tendo por base o número de bilhetes vendidos e oferecidos pelos promotores.
A Prótoiro destacou, por seu turno, que a “vitalidade” da tauromaquia em Portugal “fica também espelhada” nos resultados obtidos na transmissão televisiva de quatro corridas (na RTP e TVI), em que a média acumulada de telespetadores “passou de 1,8 milhões em 2017 para dois milhões em 2018”.
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