Apesar do tempo passado desde o seu desaparecimento, a polícia e as Forças Armadas tentam encontrar qualquer rasto do jornalista Dom Phillips, de 57 anos, e do ativista Bruno Araújo Pereira, de 41 anos, e têm esperança de encontrá-los com vida.
"Até o momento, falamos em desaparecimento", ressalvou Eduardo Alexandre Fontes, superintendente da Polícia Federal no estado do Amazonas. "Iremos apurar um eventual homicídio, caso tenha ocorrido. Não descartamos nenhuma linha investigativa", acrescentou.
Segundo Fontes, a região onde eles desapareceram é "bastante perigosa, com criminalidade intensa e tráfico de drogas transnacional, sobretudo pela faixa de fronteira com Peru e Colômbia, mas sabemos também de mineração ilegal, da ocorrência de exploração ilegal de madeira e de pesca ilegal".
Até agora, seis pessoas foram interrogadas e um homem foi detido como suspeito, segundo a polícia, que tenta determinar se eletem relação com o desaparecimento. Testemunhas disseram que o viram passar numa lancha a grande velocidade na mesma direção em que Phillips e Pereira seguiam depois de serem vistos pela última vez. Mas a polícia diz que o homem foi preso porque portava munições de calibre ilegal e drogas.
"Estamos a fazer as audições para perceber se ele tem ligações ao que aconteceu, mas, por enquanto, não temos nada", disse Carlos Mansur, secretário de Segurança do Amazonas. "Já temos material apreendido com suspeita de ter ligação com o facto, mas ainda é tudo uma suspeita. Por enquanto, o nosso trabalho mais intenso está nas buscas, temos esperança de encontrá-los vivos."
"Estamos com esperança de ter havido algum problema com a embarcação, de ter entrado por um braço de rio, de estarem em algum local da selva", comentou Mansur.
A operação naquela área, de difícil acesso, inclui cerca de 250 homens, entre agentes da polícia, militares e bombeiros, além de duas aeronaves, drones, 16 barcos e outros veículos, segundo a polícia.
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