“Estamos a investigar todas as pistas e não excluímos que o ataque possa estar ligado ao crime organizado”, disse à AFP a porta-voz da polícia de Amsterdão, Esther Izaks.
Na madrugada de terça-feira, uma carrinha branca foi deliberadamente atirada, por duas vezes, contra a fachada envidraçada do edifício onde se encontra sediado o tabloide De Telegraaf, o jornal de maior tiragem do país.
Posteriormente o condutor, que estava encapuzado, saiu do veículo e ateou fogo à carrinha, segundo as imagens do sistema de videovigilância.
“Não nos vão calar”, era o título de hoje da primeira página do De Telegraaf que mostrava também uma foto do veículo calcinado trespassando a fachada destruída.
Depois deste segundo ataque contra edifícios que albergam órgãos de comunicação social, em menos de uma semana, na Holanda, as autoridades reforçaram as medidas de segurança para proteger as redações, nomeadamente através da instalação de câmaras de videovigilância suplementares.
Na quinta-feira, um homem usou uma arma antitanque contra um outro edifício em Amsterdão, onde se situa o semanário Panorama, sem fazer vítimas.
O homem, de 41 anos, foi preso e identificado pela polícia como chefe de um grupo local de motards.
Especializado em ‘faits divers’, desporto e celebridades, o De Telegraaf avançou que os autores do ataque poderiam estar ligados à máfia de Amsterdão, cujos membros são muitas vezes de origem marroquina ou surinamesa.
Tanto o De Telegraaf como o Panorama publicaram recentemente investigações detalhadas sobre a perseguição policial a dois membros de um gangue de Utrecht que supostamente fugiram para o México.
Amesterdão tem sido palco de vários assassinatos nos últimos anos, tendo como pano de fundo a luta para controlar o tráfico de droga.
Em 2016, a cabeça cortada de um conhecido membro de um gangue foi encontrada em frente a um bar.
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