Vários locais no Algarve e no Porto - entre os quais o estádio do FC Porto e o centro de estágios do clube -estão esta quinta-feira a ser alvo de uma operação de buscas dirigida pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) em articulação com a Polícia Judiciária (PJ). Na origem desta investigação está uma viagem de avião, para o estrangeiro, realizada por um futebolista da equipa principal dos Dragões, alegadamente com covid-19, uma ação susceptível de configurar a prática de crime de propagação de doença, alteração de análise ou de receituário.
A informação foi revelada num comunicado conjunto da PJ e do Ministério Público. “Decorrem, esta quinta-feira, cerca de uma dezena de buscas designadamente domiciliárias e a laboratórios de análises clínicas. Nestas diligências participam um magistrado judicial, magistrados do Ministério Público e elementos da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, da Polícia Judiciária. A operação conta ainda com a colaboração de elemento do INSA – Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge para pesquisa, análise e eventual apreensão de documentação e outra matéria probatória, a ser posteriormente analisada. Tais diligências decorrem nas regiões do Algarve e do Porto”, pode ler-se.
Ainda antes desta nota ter sido divulgada, já os azuis e brancos tinham emitido um comunicado em que confirmava as buscas no Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia, "no âmbito de uma investigação que tem por objeto o resultado do teste à covid-19 necessário para a viagem realizada em janeiro de 2021 por um jogador do seu plantel principal". Segundo a imprensa nacional o atleta em causa é Shoya Nakajima, antigo jogador do Porto e Portimonense, que em janeiro se mudou para o Al Ain, dos Emirados Árabes Unidos.
O vice-campeão nacional de futebol assinalou que “como sempre, colaborou com a justiça na recolha de todos os elementos solicitados para a investigação em curso”.
Esta foi a única investigação que levou a buscas da PJ no Porto e Algarve. Vários meios, incluindo o SAPO24, noticiaram esta quinta-feira que as autoridades estavam a levar a cabo uma operação de buscas e apreensão de documentos para escrutinar suspeitas de corrupção desportiva e branqueamento de capital em negócios de transferências entre FC Porto e Portimonense. No entanto, o Jornal de Notícias vem agora explicar que os mandados de busca que visavam a recolha de provas sobre suspeitas de crimes nos negócios entre os dois clubes chegaram a ser emitidos, mas não foram executados. Ou seja, as buscas realizadas hoje concernem somente a eventuais falsificações de testes à covid-19.
Segundo o mesmo jornal, estão em causa dois inquéritos criminais distintos, no âmbito dos quais terão sido emitidos mandados de buscas, há cerca de 15 dias, com pelo menos dois alvos em comum: o F.C.Porto e o Portimonense. No entanto, as buscas relacionadas com um dos processos foi adiada por ainda existirem provas oficiais a decorrer - embora os Dragões tenham encerrado a temporada ontem com uma goleada à Belenenses SAD.
*Artigo atualizado às 14h00
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