As fotografias de Kim no seu passeio por aquela que é considerada uma montanha sagrada na Coreia do Norte, e terra-mãe da dinastia Kim, foram divulgadas esta quarta-feira pela agência noticiosa do Estado, KCNA.
O comunicado emitido pela KCNA adianta ainda que os assessores de Kim Jong-un acreditam que esta visita possa significar que uma “grande operação” está a ser planeada.
“O passeio a cavalo no Monte Baektu é um momento de grande importância na história da revolução coreana”, diz a agência noticiosa, citada pela Reuters.
“Tendo testemunhado os grandes momentos de reflexão [de Kim] no Monte Baektu, os funcionários que o acompanharam estão maravilhados e convencidos, com grande emoção e alegria, de que grandes operações poderão daqui decorrer”, continua a KCNA, num registo muito próprio.
O tipo de imagens divulgadas e a linguagem usada no comunicado que descreve a subida de Kim ao topo do Monte Baektu contribuem para a construção da ideia de “mito” e têm um efeito de propaganda, que poderá ser intensificado nos próximos dias, considera Rachel Minyoung Lee, uma analista dos assuntos norte-coreanos, citada pela Reuters.
As imagens de hoje podem significar um posicionamento de força em relação à pressão internacional e às sanções de que a Coreia do Norte tem sido alvo, na sequência do lançamento de mísseis balísticos e da defesa do programa nuclear do país.
“Esta é uma forma de afirmação, um símbolo de desafio”, considera Joshua Pollack, do Instituto de Estudos Internacionais Middlebury, na Califórnia, especialista nos assuntos da Coreia do Norte, com quem a Reuters falou.
Kim Jong-un tem um historial de deslocações ao Monte Baektu em momentos de decisão sobre assuntos políticos de maior importância.
No final de 2017, Kim fez uma visita ao Monte dias depois do lançamento de mísseis balísticos intercontinentais e semanas antes de ter feito um discurso em que abriu espaço para as conversações com a Coreia do Sul.
No ano seguinte, já durante a cimeira histórica que juntou os líderes dos dois países, Kim levou o Presidente sul coreano, Moon Jae-in, até à montanha também.
As negociações entre Washington e Pyongyang estão congeladas desde a cimeira entre Donald Trump e Kim Jong-un, em fevereiro deste ano, apesar de os dois líderes terem feito um esforço para avançar no processo, num novo encontro em junho, na fronteira entre as duas Coreias.
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