Em declarações aos jornalistas à margem de uma conferência de imprensa sobre o Mercado do Bolhão, o autarca sublinhou que os serviços municipais - Proteção Civil, Bombeiros e Polícia Municipal - fizeram "os possíveis" para acautelar pessoas e bens, não tendo havido por isso "grandes perdas".
"Ontem ao princípio da tarde, na maré alta, por volta das 18:30, verificámos no Postigo do Carvão que havia água e isso é normalmente um aviso de que vai haver inundações. Aquilo que aconteceu foi que através dos serviços da Câmara e da Proteção Civil foram informados quer os comerciantes, quer os moradores. Foi-lhes disponibilizado, como de costume, o parque de estacionamento da Alfândega [para guardar os seus bens] e tomaram-se as medidas preventivas, sabendo que hoje de manhã, com a segunda maré cheia, por volta das 9:30 da manhã iríamos ter inundações", afirmou.
No seu entender, “dentro do mal, as coisas correram como deveriam correr”, mas há questões que o município não pode resolver.
"Nós temos de nos preparar para as alterações climáticas. O que está a acontecer, de termos duas tempestades tropicais sucessivas no mês de dezembro, confirma apenas os alertas que nos vêm sendo dados e temos de ter a cidade preparada", defendeu, acrescentando que nestas circunstâncias as pessoas devem tomar as medidas necessárias à sua segurança.
Questionado sobre o evoluir das próximas horas, Rui Moreira disse haver naturalmente preocupação, admitindo que com a chuva é provável que a situação de cheias se possa manter ou repetir.
As águas do Douro galgaram hoje de novo a margem ribeirinha do Porto, às 17:48, devendo subir mais 1,5 metros até às 22:30.
Um dos lojistas alertados pela Proteção Civil para a subida do nível das águas adiantou à Lusa que aquele organismo prevê que àquela hora se atinja o pico da maré.
A margem de Vila Nova de Gaia, ligeiramente mais alta do que a do Porto, deverá ser galgada pelas águas do Douro.
Desde as 16:30 que uma equipa da Proteção Civil está a avisar todos os comerciantes da Ribeira do Porto para a subida do nível das águas do rio.
A passagem da depressão Elsa provocou em Portugal dois mortos, um desaparecido e deixou perto de 80 pessoas desalojadas, registando-se entre quarta-feira e as 12:00 de hoje cerca de 7.000 ocorrências, na sua maioria inundações e quedas de árvore.
Num balanço feito ao início da tarde, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) referiu que os distritos mais afetados são Porto, Viseu, Aveiro, Coimbra, Braga e Lisboa.
Pode consultar aqui todas as ocorrências e alertas.
O IPMA tem hoje sob aviso laranja (o segundo mais grave) 12 distritos de Portugal continental e a costa norte da Madeira devido sobretudo à agitação marítima. Leiria, Santarém e Portalegre estão sob aviso laranja também devido às previsões de precipitação forte durante a tarde.
O IPMA alertou para os efeitos de uma nova depressão, denominada Fabien, que atingirá Portugal no sábado, em especial o Norte e o Centro, estando previstos intensos períodos de chuva e vento forte de sudoeste, com rajadas que podem atingir 90 km/hora no litoral norte e centro e 120 km/hora nas terras altas.
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