Segundo o vereador com o pelouro da Coesão Social, Fernando Paulo, o número de pessoas em situação de sem-abrigo registou uma diminuição de 11% comparativamente a 2022.
No final de 2023, a cidade tinha 597 pessoas em situação de sem-abrigo, 230 dos quais sem teto e 367 sem casa.
"Registou-se um aumento de 59 pessoas em situação de sem-teto comparativamente a 2022 e uma diminuição de 109 pessoas em situação de sem-casa", referiu o vereador durante a apresentação da caracterização das pessoas sem-abrigo do Porto na reunião pública da Câmara do Porto.
Fernando Paulo acrescentou ainda que no último ano 48 pessoas deixaram a condição de sem-abrigo, mais 17 do que em 2022.
O inquérito, que se insere na Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas em Situação de Sem Abrigo (ENIPSSA), revela que a maioria das pessoas em situação de sem-abrigo são do sexo masculino (485), não alterando a "tendência registada em anos anteriores".
À semelhança de 2022, a maioria destas pessoas situa-se na faixa etária dos 45 aos 64 anos (419), seguindo-se a faixa etária dos 31 aos 44 anos (100) e dos 19 aos 30 anos (30).
No entanto, as pessoas em situação de sem-abrigo com mais de 65 anos aumentaram relativamente a 2022, sendo neste momento 48.
De acordo com o inquérito, mais de metade das pessoas são solteiras, o que, segundo o vereador, "reforça a continuidade da vulnerabilidade no que toca à ausência de suporte familiar e à rutura com os laços familiares".
Das 597 pessoas, 268 são naturais do Porto, 238 de outros municípios, 10 de países da União Europeia, 49 de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), 20 de outros países e 12 desconhecidos.
Relativamente à duração da situação de sem-abrigo, o inquérito indica que 227 pessoas estão há mais de um ano e menos de cinco naquela situação.
O inquérito destaca, no entanto, que 151 pessoas estão naquela situação há mais de cinco e menos de 10 anos.
O Rendimento Social de Inserção (RSI) mantém-se a principal fonte de rendimento de 459 pessoas, seguindo-se as pensões regulares, que abrangem 92.
Comparativamente a 2022, o número de pessoas que subsiste com um salário regular ou ocasional diminuiu 6,1% e de outras fontes de rendimento (biscates, arrumação de carros, recolha de sucata) diminuiu cerca de 18%.
O consumo de álcool ou drogas é a causa mais apontada para a situação de sem-abrigo, seguindo-se a ausência de suporte familiar, a proteção social insuficiente, o desemprego, saúde mental, insuficiência financeira, outros problemas de saúde, despejo e divórcio.
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