“Abrimos na terça-feira ao público”, afirmou Sobral Cordeiro, ressalvando que a abertura oficial será “mais tarde”, mas que o espaço passa já a prestar serviços consulares.
Trata-se do terceiro consulado de Portugal no continente chinês, depois de Pequim e Xangai, e terá como área de jurisdição as províncias de Guangdong, Hainan, Hunan, Fujian e a Região Autónoma de Guangxi.
Localizada a cerca de 150 quilómetros de Macau, Cantão é a capital de Guangdong, a província chinesa mais exportadora e a primeira a beneficiar da política de Reforma e Abertura adotada pelo país no final dos anos 1970.
Com quase 110 milhões de habitantes, Guangdong conta com três das seis Zonas Económicas Especiais da China – Shenzhen, Shantou e Zhuhai.
Foi também ali que, em 1513, os portugueses se tornaram os primeiros europeus a chegar à China pela via marítima, numa frota comandada pelo explorador Jorge Álvares.
Em 1517, o diplomata português Tomé Pires chegou a Cantão, enviado pelo rei de Portugal, tornando-se o primeiro chefe de uma missão diplomática de uma nação europeia no país asiático.
Portugal conta ainda com nove centros de emissão de vistos na China, distribuídos pelas cidades de Pequim, Xangai, Hangzhou, Nanjing, Chengdu, Shenyang, Wuhan, Fuzhou e Cantão, e um consulado-geral em Macau, região semiautónoma chinesa outrora administrada por Lisboa.
A abertura do novo consulado surge numa altura em que as relações entre os dois países atravessam uma “era dourada”, segundo as autoridades de ambos os lados.
Segunda maior economia mundial, a seguir aos Estados Unidos, a China tornou-se, nos últimos anos, um dos principais investidores em Portugal, comprando participações em grandes empresas das áreas da energia, seguros, saúde e banca, enquanto centenas de particulares chineses compraram casa em Portugal à boleia dos vistos ‘gold’.
Em 2017, o número de chineses que visitaram Portugal cresceu 40,7%, para 256.735, segundo dados oficiais.
Há treze anos que Portugal não inaugurava uma representação diplomática.
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