Segundo os dados mais recentes, na União Europeia só na Croácia e a Lituânia não foram ainda detetados ovos contaminados, uma crise que atinge ainda a Noruega, o Liechtenstein, a Suíça e a Rússia.

Fonte da Comissão Europeia disse à Lusa que a situação está a ser acompanhada diariamente, nomeadamente para garantir “que as autoridades competentes nos Estados Membros estão a agir adequadamente para garantir a segurança alimentar e a restaurar a confiança dos consumidores”.

Bruxelas espera ainda que “todos continuem a desempenhar o seu papel no total cumprimento das suas responsabilidades”.

O tema está hoje em discussão na reunião informal dos ministros da Agricultura da União Europeia, em Talin, na Estónia, e na qual participa o comissário europeu para a Saúde, Vytenis Andriukaitis.

Para dia 26, está agendada uma reunião de alto nível em que será feito um balanço do escândalo e discutidas medidas futuras.

O escândalo dos ovos contaminados atinge ainda 16 países de outros continentes, incluindo Angola e Hong Kong.

Na Bélgica, o primeiro país a notificar Bruxelas, a 20 de julho, 30 explorações agrícolas estão ainda encerradas, na Holanda 144, na Alemanha cinco, em França uma, em Itália dez e na Hungria duas.

Fraude com ovos contaminados remonta a setembro de 2016

A fraude que conduziu à contaminação de ovos pelo inseticida fipronil remonta a setembro de 2016, disse há uma semana a Comissão Europeia, precisando na altura que 34 países, a maioria na Europa, foram atingidos pela situação.

“Dispomos de indicações de que este uso ilegal de fipronil (para desinfetar explorações de galinhas poedeiras) se arrastava desde 2016”, disse Sabine Julicher, diretora da Direção Geral de Segurança Sanitária da Comissão Europeia na semana passada.

“Isto começou, segundo sabemos, em setembro de 2016”, precisou perante o Parlamento Europeu, explicando que se baseia nos registos históricos de certas empresas.

A contaminação de dezenas de milhões de ovos, resultante da desinfestação de explorações de galinhas poedeiras por um produto contendo fipronil, um antiparasitário forte estritamente proibido na cadeia alimentar, foi divulgada em agosto.

Para além dos 26 países membros da União Europeia, nove países não europeus (Hong Kong, Líbano, Qatar, Arábia Saudita, Libéria, Rússia, África do Sul, Angola e Iraque) importaram igualmente lotes de ovos contaminados, segundo a Comissão Europeia.

A fraude foi sobretudo praticada na Holanda e na Bélgica, onde respetivamente 258 e 93 explorações foram interditadas pelas autoridades.

[Notícia atualizada às 10h03]