Marcelo Rebelo de Sousa esteve na sexta-feira com Jorge Carlos Fonseca, na ilha cabo-verdiana do Sal, onde fez escala antes de partir para a Cidade do Panamá, para participar nas Jornadas Mundiais da Juventude.
“Fizemos declarações em conjunto e nessas declarações o sr. Presidente Jorge Carlos Fonseca e eu próprio estivemos de acordo quanto à importância daquilo que está a ser a intervenção do Ministério Público para apurar o que se passou”, começou por explicar o Presidente português na Cidade do Panamá.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, os dois chefes de Estado estiveram “de acordo em não empolar, generalizando aquilo que são casos específicos em investigação”.
“Estivemos de acordo quanto à necessidade de haver serenidade para que a radicalização no tratamento da matéria não gere radicalização”, frisou.
O Presidente português adiantou que ambos estiveram ainda de acordo que, na próxima deslocação de Jorge Carlos Fonseca a Portugal, terão, perto de Lisboa, “oportunidade de ter contacto com a comunidade cabo-verdiana”, acrescentou.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, “valeu apena o almoço de hoje [sexta-feira]” com o Presidente de Cabo Verde, “porque mostrou que há uma sintonia, um acordo, um entendimento total em relação àquilo que é a valorização do papel da comunidade cabo-verdiana em Portugal e a valorização da comunidade portuguesa em Cabo Verde”.
No domingo passado, a polícia foi chamada a Vale de Chícharos após ter sido alertada para “uma desordem entre duas mulheres”.
Segundo a PSP, um grupo de homens reagiu à intervenção dos agentes da polícia quando estes chegaram ao local, atirando pedras. Do incidente resultaram feridos, sem gravidade, cinco civis e um agente.
Na segunda-feira, decorreu uma manifestação contra a violência policial, convocada nas redes sociais, em frente ao Ministério da Administração Interna, em Lisboa, que resultou em quatro detenções por apedrejamento aos agentes da PSP, de acordo com a polícia.
O Ministério Público e a PSP abriram inquéritos aos incidentes no bairro da Jamaica.
Na terça-feira, o Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, disse estar a procurar “informações concretas” sobre os incidentes entre moradores e a polícia no bairro da Jamaica, onde vivem cidadãos de origem cabo-verdiana.
Nessa noite, três dezenas de caixotes do lixo e ecopontos foram incendiados em toda a área do Comando Metropolitano de Lisboa, com especial incidência no concelho de Sintra, e um autocarro ardeu em Setúbal.
Na quinta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que a “posição sensata” sobre os casos de violência dos últimos dias na Grande Lisboa é não generalizar nem os comportamentos dos cidadãos envolvidos, nem a atuação da polícia.
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