Lembrando a reunião informal de ministros da Defesa, que decorreu no final de agosto na capital finlandesa, a diplomata assinalou que um dos assuntos que esteve em cima da mesa foi o das alterações climáticas.
"Este é um dos assuntos que precisa de estar no topo da agenda", vincou Tarja Laitiainen.
Falando perante uma audiência de embaixadores, no Forte de São Julião da Barra, em Oeiras, o ministro português assinalou que "as alterações climáticas são um problema grave ao nível das políticas públicas para o setor da defesa".
"Ouvimos muitas vezes que esta é a maior ameaça à nossa segurança", mas, "ainda assim, não existem políticas de defesa" para esta área, referiu João Gomes Cravinho, justificando que "é muito difícil desenvolver respostas a este nível para algo que pode dar algumas das maiores dores de cabeça".
Segundo o governante, "as Forças Armadas estão a tentar fazer a sua parte" e salientou que a Base Naval de Lisboa está a tomar medidas para reduzir a pegada energética.
"Penso que é algo que está a acontecer em todas as forças armadas europeias, como deveria estar. É uma pequena contribuição, mas é algo que temos de fazer com todas as nossas instituições", advogou o governante.
Considerando que "a presidência finlandesa foi muito sensata em dizer que é preciso aprofundar o pensamento sobres estes problemas", João Gomes Cravinho notou que é objetivo da presidência portuguesa, em 2021, "levar isto avante, particularmente em relação a África".
Esta é "uma parte do mundo que está especialmente vulnerável aos desafios das alterações climáticas" e, por isso, Portugal deve "trabalhar de perto" com estes países, defendeu.
"África vai ser uma parte central do foco da presidência portuguesa e, no campo da defesa, mas não só, as alterações climáticas e a parceira com África vão estar muito presentes", sustentou.
Cerca de duas dezenas de embaixadores e diplomatas visitaram hoje a Base Naval de Lisboa, localizada em Almada, e fizeram a travessia do Tejo a bordo do navio da Marinha Portuguesa “Figueira da Foz”.
A visita, promovida pela presidência finlandesa do Conselho da Europa, culminou no Forte de São Julião da Barra, onde foram recebidos pelo ministro da Defesa Nacional.
Na ocasião, a embaixadora finlandesa falou também de cooperação entre os países, defendendo que "a ideia" é que as nações o façam "nas áreas onde são melhores e fazê-lo em conjunto é o que traz um melhor resultado".
Na mesma linha, João Gomes Cravinho anteviu que, "provavelmente, no futuro haverá mais e mais colaboração".
Um desses exemplos prende-se com a cibersegurança, uma vez que os países são completamente incapazes de tratar sozinhos" das ameaças que se colocam no seu caminho.
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