“Em 160 países estudados, apenas um [a Holanda] teve mais de 90 pontos, sendo classificada como o país com maior liberdade moral”, refere, em comunicado à imprensa, a fundação espanhola, criada em 2015. O Indicador sobre a Liberdade Moral no Mundo pretende demonstrar a liberdade dos seres humanos com base nas restrições morais impostas pelo Estado.
Segundo o relatório, as políticas holandesas têm sido um “farol de liberdade moral e uma força motriz na evolução global em direção a uma menor intervenção do Estado sobre a moralidade”. “A Holanda foi o primeiro país a legalizar algumas drogas e serviços sexuais entre adultos com consentimento e também o primeiro país a legalizar o casamento homossexual”, sublinha o documento.
No segundo lugar ficou o Uruguai (com 88,75 pontos), seguido de Portugal (com 83,80 pontos), que, segundo o documento, “tiveram classificações surpreendentemente altas, revelando uma rápida evolução cultural dos valores tradicionais e conservadores para uma abordagem liberal das questões morais”.
“A evolução de países como Portugal e o Uruguai é absolutamente marcante se tivermos em conta a sua recente história”, sublinha o documento. Para a fundação, Portugal, Uruguai e outros países latinos “parecem ter descartado o seu tradicional passado de influência religiosa nas políticas de governo e lideram muitos dos indicadores” sobre liberdade moral.
No indicador, a República Checa ocupa o quarto lugar, seguida da Bélgica, Espanha, Estados Unidos da América, Alemanha, Canadá e México. Os países com pior liberdade moral são a Arábia Saudita, que ficou em último lugar, antecedida do Iémen, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Qatar, Kuwait, Irão, Egito, Afeganistão, Paquistão e Brunei.
Para elaborar o documento foram tidos em conta indicadores religiosos (liberdade religiosa e controlo religioso do Estado), bioéticos (liberdade de tomada de decisões dos indivíduos em questões dessa ordem), drogas (produção, comércio e consumo), sexuais (pornografia e serviços sexuais prestados com consentimento entre adultos) e igualdade do género e familiar (direitos das mulheres, homossexuais, casamento e direitos das famílias em união de facto).
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