A titular da pasta da Justiça, Francisca Van Dunem, e a ministra da Educação e Cultura do Uruguai, María Julia Muñoz, assinaram o tratado, numa cerimónia no Palácio das Necessidades, sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

“É sempre a celebração da amizade, mas sobretudo da confiança, porque os Estados precisam de confiar uns nos outros para celebrar tratados desta natureza”, considerou a governante portuguesa.

Para Francisca Van Dunem, este acordo “vai obviamente facilitar e melhorar as relações” entre os dois países na dimensão da justiça.

A ministra uruguaia destacou a importância da língua portuguesa no seu país, com uma larga faixa de fronteira com o Brasil, bem como da memória da presença de portugueses no país.

A colónia de Sacramento, sítio classificado como património da Humanidade da UNESCO, tem “construções portuguesas de muitíssima qualidade, muito bem cuidadas e queridas pelos uruguaios”, comentou.

A governante disse esperar o apoio de Portugal para impulsionar o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul – composto por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela (atualmente suspensa) – que, apesar de “algumas dificuldades comerciais”, seria “um avanço muito importante do ponto de vista da cultura e aproximação dos países”.

O Uruguai, que se tornou observador associado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) há um ano, pretende apostar na cooperação triangular com os países lusófonos, disse a ministra, que deu o exemplo desta experiência com Moçambique na área da oncologia.

O chefe da diplomacia portuguesa, Augusto Santos Silva, enalteceu o ensino do português, obrigatório no nível primário, e a cooperação bilateral para a promoção da língua naquele país da América do Sul.

O ministro dos Negócios Estrangeiros também agradeceu o “carinho” do Uruguai na eleição, há um ano, de António Guterres como secretário-geral das Nações Unidas, quando este país era membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU.

“O Uruguai soube sempre ter em atenção os interesses do seu próprio espaço latino-americano e o carinho que decidiu prestar também à candidatura portuguesa”, referiu Santos Silva.