"Portugal comprometeu-se com o envio desta força a partir de abril (...) Será uma 'quick reaction' force [força de reação rápida], com cerca de 135 membros, e mais 25 de formação e treino na área da engenharia", precisou o ministro à agência Lusa em Nova Iorque.
O governo está a negociar o envio da força com a NATO, que terá uma dimensão equivalente ao contingente que retirou do teatro de operações do Kosovo em maio passado (mantêm-se dez militares no quartel-general).
"Portugal tinha dito que chegara a altura de descontinuar a sua presença no Kosovo - já lá estávamos de forma não totalmente continua desde 1999 -, mas que assumia o compromisso, assim que possível, de substituir essa presença por outra que incluísse essencialmente as nossas forças terrestres", explicou Azeredo Lopes.
O ministro disse esperar que "rapidamente se concretizem os detalhes" da missão, que tem de ser preparada "com a força turca, que tem o comando na zona do aeroporto de Kabul", para onde serão destacados os portugueses.
"Estamos agora a falar de um trabalho complexo, em que os militares são muito bons, e que pode envolver veículos blindados, material, equipamento", explicou o responsável.
Azeredo Lopes falou sobre esta nova missão com o secretário da Defesa norte-americano, James Mattis, na terça-feira, e também já a apresentou na última reunião ministerial da NATO.
"Teve muito impacto, porque Portugal foi dos países que, proporcionalmente, aumentou mais a sua presença na operação no Afeganistão" recordou o ministro.
Azeredo Lopes concluiu na quinta-feira uma visita aos EUA em que, além da passagem por Washington, visitou o `Allied Command Transformation´ da NATO, em Norfolk, onde foi recebido pelo general Denis Mercier.
O ministro aproveitou esta visita para apresentar o projeto de um Centro de Segurança Atlântica na Base das Lajes, na ilha Terceira.
"Tinha de vender essa ideia, sem a desvendar de imediato, porque é um projeto que ainda esta a ser trabalhado. Aprendi os cuidados que é preciso ter no desenho de um centro de excelência. Foi importante a conversa com os nossos militares [portugueses, destacados neste centro], porque há vários com experiência e que explicaram a importância de definir bem o objeto e evitar que faca concorrência a outros já existentes", salientou.
Na quinta-feira, Azeredo Lopes reuniu-se na sede da ONU, em Nova Iorque, com o secretário-geral adjunto das Nações Unidas para as operações de paz, Jean-Pierre Lacroix, e com o secretário-geral adjunto da ONU para o apoio às operações, Athul Kare.
Durante os encontros, o ministro tratou de temas relativos à participação das Forças Armadas Portuguesas em missões de paz das Nações Unidas, sobretudo no Mali e na República Centro Africana.
"Foi muito agradável ouvir os fortíssimos elogios feitos ao trabalho que os nossos militares têm realizado nestas duas missões, bem como em outras. É um contexto operacional muito difícil em que os nossos militares se portaram muitíssimo bem", disse o ministro.
Azeredo Lopes frisou que "a presença portuguesa em missões de manutenção de paz é um objetivo político" e que "Portugal tem uma participação muito acima daquilo que seria expectável considerando a sua dimensão".
"Mantemos integralmente todos os compromissos que foram assumidos perante a organização. Agora trata-se de ter condições cada vez melhores para realizarem o seu trabalho e garantir que, se alguma coisa correr menos bem, podermos dizer em consciência que tudo fizemos para que as coisas fossem resolvidas", explicou o ministro.
O plano das Forças Nacionais Destacadas para 2018 será apreciado em Conselho Superior de Defesa Nacional, agendado para 21 de setembro.
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