"Lamentamos profundamente a bárbara agressão de que resultou a morte, em Bragança, de um estudante cabo-verdiano. Os responsáveis serão identificados e levados à justiça", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal através da sua conta na rede social Twitter.

"Os cabo-verdianos são nossos irmãos e muito bem-vindos em Portugal", acrescentou o MNE.

Em 21 de dezembro de 2019 o estudante cabo-verdiano do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) Luís Giovani dos Santos Rodrigues terá sido agredido por vários homens à saída de uma discoteca da cidade.

Transportado para o Hospital de Santo António, no Porto, o estudante de 21 anos acabou por morrer em 31 de dezembro, segundo um comunicado da Embaixada de Cabo Verde em Lisboa.

O ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades de Cabo Verde, Luís Filipe Tavares, já pediu “celeridade” no “esclarecimento cabal” pelas autoridades portuguesas da “trágica” morte do estudante e o Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, adiantou também estar a acompanhar, através da Embaixada em Lisboa, os contornos da “morte brutal” do estudante.

O embaixador de Cabo Verde em Portugal, Eurico Monteiro, tinha igualmente pedido a clarificação “cabal” das circunstâncias da morte do jovem.

Em comunicado, no sábado, a Embaixada de Cabo de Verde em Portugal refere que Eurico Monteiro está a “acompanhar de perto as investigações e os seus desenvolvimentos”, com vista a “clarificar-se de forma cabal as circunstâncias da morte e determinar-se as eventuais responsabilidades”.

O Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, também anunciou que está a acompanhar, através da Embaixada em Lisboa, os contornos da “morte brutal” de Luís Rodrigues.

Na nota publicada por Janira Hopffer Almada, a líder do PAICV refere que o jovem cabo-verdiano foi agredido em Bragança por 15 pessoas “armadas com cintos de ferro e paus”.

“Morreu no dia 31 de dezembro e até ao momento ninguém foi preso. Foram 15 agressores, de acordo com testemunhas! Será que alguém pagará por tamanha barbaridade?”, questionou a líder da oposição.

Janira Hoppfer Almada afirmou ainda que é “chegado o momento” de Cabo Verde parar para analisar “a situação real dos estudantes” e da sua comunidade em Portugal.

“Temos o dever de estar mais presentes e de assumir com mais garra as suas causas”, defende.

Segundo o comunicado da Embaixada de Cabo Verde, o caso envolvendo o jovem estudante cabo-verdiano “foi encaminhado à Polícia Judiciária para o competente tratamento” e foi ordenada também a realização da autópsia “para se conhecer com precisão a causa da morte”.

Luís Giovani era natural da ilha cabo-verdiana do Fogo, tendo o município de Mosteiros publicado uma nota sobre a sua morte, recordando que tinha viajado em outubro para Bragança, “para seguir o curso de Design de Jogos Digitais” no IPB.

“Giovani era um dos mais promissores artistas de Mosteiros, tendo-se destacado na banda Beatz Boys, um grupo integrado por jovens formados pela paróquia de Nossa Senhora da Ajuda e artistas oriundos do agrupamento De Martins”, lê-se na mesma mensagem da Câmara Municipal de Mosteiros.