“Para nós, a ideia da exclusividade do fóssil é que tem de ser limitada. Quando se apresentam soluções que sejam neutrais do ponto de vista carbónico, não devemos escolher tecnologias, devemos sim estimular todas as possíveis tecnologias que apareçam e sejam competitivas […], não devemos estar fechados a essa possibilidade”, sustentou Duarte Cordeiro, em declarações aos jornalistas no final de uma reunião de ministros da União Europeia (EU) com a pasta da energia, em Bruxelas.
Berlim, por exemplo, mostrou-se favorável a essa “compatibilidade com combustíveis sintéticos que sejam neutrais”, acrescentou o ministro do Ambiente e da Ação Climática, e para Portugal, “todas as soluções são viáveis” desde que se consiga “atingir o objetivo que está estabelecido”.
Agora é preciso encontrar essas alternativas: “Há um trabalho que tem de ser feito pelo setor no sentido de procurar soluções. Portugal também porque produz automóveis […], não nos é indiferente que exista a capacidade de fazer uma transição para conseguir salvaguardar a capacidade industrial existente no nosso país.”
Na ótica de Duarte Cordeiro, o que foi aprovado hoje entre os 27 Estados-membros da EU vai no sentido de “compatibilizar os objetivos ambientais com a capacidade industrial” de cada país.
O documento aprovado hoje pelos ministros, que faz parte do pacote 'Fit for 55', aborda o tema dos combustíveis ecológicos, prevendo que a Comissão Europeia apresente uma “proposta de registo de veículos que funcionem exclusivamente com combustíveis neutros em termos de CO2, após 2035, em conformidade com a legislação da UE, fora do âmbito das normas da frota, e em conformidade com o objetivo de neutralidade climática da UE”.
Este pacote Objetivo 55 é um conjunto de propostas destinadas a rever e atualizar a legislação da UE e a criar iniciativas com o objetivo de assegurar que as políticas da UE estejam em consonância com os objetivos climáticos acordados pelo Conselho e pelo Parlamento Europeu.
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