Estes são alguns dos objetivos económicos que o executivo português tenciona alcançar na sequência da visita oficial do primeiro-ministro, António Costa, ao Canadá, de quatro dias, entre quarta-feira e sábado, com passagens por Otava, Toronto e Montreal.

Fonte do executivo português disse à agência Lusa que é expectável que o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Canadá, o CETA, "possibilite o desbloqueamento dos principais constrangimentos com que as empresas nacionais exportadoras se têm debatido, sobretudo em matéria de conservas de peixe, queijo, vinhos, máquinas e aparelhos".

"Este ano poderá ser aproveitado para incrementar as exportações nacionais para o Canadá e identificar novas oportunidades a nível económico, de investimento e turismo", completou.

Tal como aconteceu em outras vistas do primeiro-ministro a países fora do quadro europeu, também no caso do Canadá um dos objetivos passa por apresentar Portugal como uma alternativa de investimento após a saída do Reino Unido da União Europeia.

Além do objetivo inerente à captação de investimentos canadianos em Portugal - país que tem presença no setor mineiro -, o executivo de António Costa acredita que há "ampla margem" para a captação de mais turistas provenientes do Canadá.

De acordo com indicadores do Banco de Portugal, as receitas do turismo canadiano estão em acelerado crescimento, tendo subido dos 140,8 milhões de euros em 2013 para os 274,4 milhões de euros no ano passado.

Segundo dados fornecidos pelo AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal), no caso do Canadá, a balança comercial de bens é tradicionalmente favorável a Portugal, tendo as exportações atingido os 295,7 milhões de euros em 2017, enquanto as importações se ficaram pelos 203,7 milhões de euros.

Portugal tem o Canadá como 22º cliente, sendo o seu 35º fornecedor, enquanto aquele país norte-americano tem o nosso país como o seu 56º cliente e 54º fornecedor.

Em relação às principais exportações nacionais para o mercado canadiano, destacam-se os setores alimentar, os metais comuns, os têxteis e o calçado - grupos de produtos que representavam mais de 50% do total.

Em 2016, as maiores empresas exportadoras portuguesas para o Canadá foram a Continental Mabor, a Cordex - Companhia Industrial Têxtil, J.Pereira Fernandes, Cotesi - Companhia de Têxteis Sintéticos, Quinta and Vineyard Bottlers - Vinhos, a Frulact (indústria agroalimentar da Maia que será na quinta-feira visita pelo primeiro-ministro), a Siderurgia Nacional, a Hovione (farma-ciência) e a Sogrape Vinhos.

Especificamente, em termos de produtos, o vinho lidera as exportações nacionais para o mercado canadiano com uma quota na ordem dos 44% do total, seguindo-se o calçado e as cordas e cabos.

Já no que respeita às importações nacionais do Canadá, segundo os dados da AICEP, estavam em franco crescimento nos dois primeiros meses deste ano as aquisições de combustíveis minerais.

No ano passado, Portugal importou sobretudo do Canadá produtos agrícolas, veículos e material de transporte, máquinas, produtos químicos, plásticos e borracha.

Tal como a balança de bens, também a de serviços é tradicionalmente favorável a Portugal, com o saldo positivo entre exportações e importações a atingir os 348 milhões de euros no ano passado.