O Ministério dos Negócios Estrangeiros anunciou este domingo que Portugal vai fechar o seu espaço aéreo a companhias aéreas russas, na sequência da invasão da Rússia à Ucrânia, e após vários países europeus terem tomado a mesma medida.

"Portugal vai fechar o seu espaço aéreo a companhias de aviação da Rússia. Tomamos esta medida em articulação com os nossos parceiros europeus e em resposta à agressão da Rússia contra a Ucrânia", pode ler-se numa publicação do ministério na conta oficial no Twitter.

Portugal segue assim a tomada de posição de vários países europeus, entre os quais Reino Unido, França, Itália, Alemanha, Bélgica, Luxemburgo, Dinamarca, República da Irlanda, República Checa, Polónia, Alemanha, Bulgária, Estónia, Letónia, Lituânia e Finlândia.

Hoje, o ministro francês Jean-Baptiste Djebbari, disse que "a unidade da Europa é total" neste aspeto, e a Air France anunciou que vai suspender de forma temporária o "voos de e para a Rússia", não operando voos para Moscovo e São Petersburgo até novo aviso "tendo em conta a situação na região".

Um porta-voz da companhia acrescentou que a Air France também está a suspender voos de e para a China, Coreia e Japão, "enquanto investigam opções de planos de voo para evitar o espaço aéreo russo".

O ministro da Mobilidade da Bélgica, Georges Gilkinet escreveu no Twitter que a Europa "deve isolar a Rússia económica e financeiramente, mas também no ar".

Já a companhia aérea neerlandesa KLM cancelou, no sábado à noite, todos os voos de e para a Rússia, o que acontecerá durante pelo menos os próximos sete dias, uma vez que as sanções a impedem de transportar peças sobressalentes e não pode "garantir que os voos possam regressar em segurança", afirmou.

Esta decisão significa que a KLM terá de utilizar rotas alternativas nas rotas em que sobrevoa regularmente o espaço aéreo russo a caminho da China, Coreia do Sul e Japão.

Também a alemã Lufthansa decidiu suspender os seus voos de e para a Rússia durante sete dias.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram cerca de 200 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de perto de 370 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.