“Queremos fazer algo, agora em Portugal, que seja focado exatamente no feminismo. Queremos fazer um encontro entre feministas portuguesas, feministas francesas, homens feministas também, se assim estiverem disponíveis para estar connosco”, adiantou Sandra Ribeiro, no final do Fórum pela Igualdade, que decorreu na cidade francesa de Angers.
“A ideia é refletirmos, trabalharmos em conjunto e o grande objetivo é obter um documento com ideias, mas principalmente com recomendações concretas e concretizáveis para que o Governo português e o Governo francês possam levá-las por diante e termos mais igualdade de género na Europa”, frisou, explicando que ainda não foi decidido nem o local, nem a data exata do encontro (mas será, previsivelmente, em inícios de outubro).
Organizado no âmbito da presidência francesa do Conselho da União Europeia e integrado na Temporada Portugal-França 2022, o Fórum pela Igualdade prestou homenagem à obra “Novas Cartas Portuguesas”, de Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa – que ficaram conhecidas como as “Três Marias”.
Publicada em abril de 1972, há quase 50 anos, a obra – recordada como “um livro-marco na história do feminismo e da literatura portuguesa” – foi banida pelo regime e as suas autoras levadas a julgamento (que acabaria suspenso com o 25 de Abril de 1974).
“Pela igualdade de género na Europa” foi o mote do fórum, que “nasceu da vontade comum de França e Portugal” e, ao longo de três dias, procurou “identificar e promover as melhores políticas e boas práticas da sociedade civil que permitam avançar para uma verdadeira igualdade e representação mais justa das mulheres (e mais amplamente das minorias de género) em profissões científicas e técnicas, nos meios de comunicação, no empreendedorismo e na criação cultural”.
Comentários