Em declarações aos jornalistas, à saída de uma iniciativa no Centro de Congressos de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa descreveu a sessão solene de boas-vindas ao Presidente de Angola no parlamento português como "um momento muito emocionante".
O chefe de Estado português salientou que, nas galerias, "muitos angolanos que vivem em Portugal cantaram o hino angolano e depois cantaram o hino português" e disse que também viu "alguns deputados cantarem o hino angolano e o hino português".
"Isto é muito raro, o corpo diplomático estava estupefacto", observou, congratulando-se por ter decidido estar presente nessa cerimónia.
Marcelo Rebelo de Sousa referiu que "não é habitual" o Presidente português estar nestas sessões com chefes de Estado estrangeiros no parlamento: "Só aconteceu, que me lembre, com o Presidente Mário Soares relativamente à primeira ou à segunda vinda cá do então rei de Espanha, Juan Carlos".
"Em boa hora fui, para testemunhar a posição solidária dos órgãos de soberania, todos, relativamente a este momento das relações entre Portugal e Angola", acrescentou.
Quanto ao discurso de João Lourenço, que afirmou na Assembleia da República que se está a construir "uma nova Angola", o Presidente português considerou que "foi um discurso excecional, porque foi muito frontal".
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "só ele é que podia, naturalmente, dar o seu testemunho sobre a sua visão de Angola, nunca caberia a ninguém português falar da situação angolana".
"E considero que foi um discurso muito claro, muito determinado e muito corajoso. Como, aliás, tinha sido já a intervenção na conferência de imprensa no Palácio de Belém", completou.
No Centro de Congressos de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa visitou e fez algumas compras na feira de solidariedade Rastrillo, que anualmente se realiza naquele local, por altura do Natal.
O chefe de Estado mencionou que esta iniciativa nasceu a "pensar nas crianças de rua" e que faz questão de estar presente todos os anos porque considera as pessoas sem-abrigo "um problema prioritário" e, dentro deste grupo, as crianças "um problema ainda mais importante, mais grave".
"Infelizmente, ainda há muitas crianças na rua e isso a mim preocupa-me. É verdade que estamos melhor do que estávamos no período da crise, em termos de sem-abrigo, adultos e crianças, mas ainda temos muitas disfunções, muitas famílias com problemas graves", disse.
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