Já começou, em Cracóvia, o segundo encontro mundial de jovens católicos a que o Papa Francisco preside. Francisco aterra hoje no aeroporto João Paulo II às 16h00 locais (15h00 de Lisboa). Da agenda fazem parte os tradicionais encontros diplomáticos e uma visita aos campos de concentração de Auschwitz e Birkenau.
A memória das vítimas do Holocausto será um dos pontos fortes da visita de Francisco ao país de João Paulo II. Esta sexta feira, o Papa tem encontro marcado com dez sobreviventes do extermínio nazi durante a Segunda Guerra Mundial e com 25 "Justos entre as Nações", pessoas não-judeus que meteram a vida em risco durante o Holocausto para salvar judeus e que por isso merecem o paraíso, de acordo com a lei judaica.
São vários os pontos na agenda de Francisco dedicados aos jovens de 182 países que vieram até à Polónia para o receber. Uma via-sacra, uma vigília de oração, encontros com jovens dos cinco continentes e com os voluntários da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), e uma missa neste Domingo para os milhões de peregrinos que se vão juntar às celebrações desta JMJ.
Cracóvia é uma cidade invadida por milhares de jovens de todas as nacionalidades, alojados em edifícios públicos e em casa de famílias polacas. A organização reforçou a segurança da cidade, com polícias e militares armados nas ruas e locais de celebração.
Filipa Rodrigues, que está a viver a sua primeira Jornada Mundial da Juventude, em declarações ao SAPO 24 garante que "a presença policial na cidade é bastante assinalável". As preocupações face à ameaça terrorista levaram a organização polaca a suspender o acordo de Schengen, retomando o controlo de fronteiras, situação que já se verifica desde a Cimeira da NATO que se realizou na Polónia no início do mês. A jovem, que viajou com um grupo de 20 pessoas da Paróquia de São Salvador do Mundo de Sobral de Monte Agraço, diz que a organização polaca tem sido "muito boa" e que "os polacos são bastante acolhedores". O grupo que está alojado em casa de uma família polaca que os "tem recebidos como filhos", sendo esta "uma experiência inesquecível" para Filipa.
Duarte Pagou, da paróquia do Santíssimo Redentor da Damaia, diz que "tem havido algumas dificuldades linguísticas com os polacos". No entanto, "é claro o esforço das pessoas em querer ajudar os peregrinos", e o facto de a cidade natal de João Paulo II estar "envolvida no espírito das jornadas".
Também Vanessa Rocha da paróquia de São Julião de Frielas vive a sua primeira Jornada Mundial da Juventude. Vanessa fez a viagem até à Polónia de autocarro, e diz que "as famílias polacas a receberam mesmo muito bem". Até agora o acolhimento "tem sido muito melhor do que esperava". Já são várias as histórias que a jovem vai guardar desta viagem. Vanessa diz que não se vai esquecer das famílias de Wroclaw, local que os acolheu antes de chegarem a Cracóvia, "as famílias apegaram-se muito a nós e despediram-se a chorar".
A Jornada Mundial da Juventude, que começou esta terça feira com a missa de abertura, decorre até este Domingo na cidade de Cracóvia na Polónia, a terra natal de João Paulo II.
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