Numa curta resposta enviada à Lusa por ‘email’, a empresa Boagest refere o “estado de degradação” da praceta e depois justifica o encerramento com o uso.

“[Basta] ver o estado de degradação da praceta e esta estar a ser usada para fins diferentes a que se destina [e], para já, não temos mais a acrescentar”, refere a empresa.

Próxima do Hotel Holiday Inn e da Escola Básica da Bandeira, a Praceta Alferes Pereira tem três torres de apartamentos, cada uma com nove andares.

Juntam-se cafés, um cabeleireiro, uma lavandaria, um ateliê de costura, um escritório de contabilidade, entre outras lojas.

Há cerca de duas semanas foi colocada uma faixa numa das entradas da praceta com o aviso: “Devido ao risco de colapso, a praceta será encerrada pelo período de 24 meses. Viaturas sujeitas a reboque”.

No mesmo local foi colocada uma corrente com cadeado que impede a passagem de veículos.

No chão são visíveis estragos e zonas danificadas, bem como poças de água, mas quer moradores, quer lojistas exigem ser ouvidos sobre o processo de reabilitação, pois temem pela sobrevivência dos negócios e pela falta de acesso a veículos de emergência.

Na segunda-feira, a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia informou que o encerramento da praceta aconteceu sem o seu conhecimento nem o da Proteção Civil.

“Não tivemos qualquer intervenção no processo de encerramento da praceta, aliás propriedade privada, nem foi solicitada a nossa colaboração para avaliar qualquer situação de risco”, referiu a autarquia, em resposta escrita enviada à agência Lusa.

Apontando que teve conhecimento “da decisão do respetivo condomínio através da comunicação social”, a autarquia do distrito do Porto acrescentou que “não existe, até ao momento, qualquer pedido de licenciamento de obras de reabilitação”.

“Nem mesmo a Proteção Civil foi contactada para qualquer diligência”, concluiu.