“O calendário de vacinação é conhecido e espero que não haja mais problemas com o fornecimento das vacinas por parte da indústria e que as negociações que estão em curso com a AstraZeneca tenham um sucesso tão rápido quanto possível”, frisou António Costa durante uma intervenção, por videoconferência, na sessão plenária do Comité Económico e Social Europeu (CESE), onde apresentou as prioridades da presidência portuguesa.
O chefe do executivo defendeu a necessidade de uma resolução célere do diferendo que opõe atualmente a Comissão Europeia à farmacêutica da AstraZeneca por entender que, “se houver uma quebra das relações contratuais ou algum percalço na cadeia de produção e de distribuição” das vacinas, o processo de vacinação “será comprometido”.
Nesse âmbito, Costa referiu que o objetivo coletivo da União Europeia (UE) em termos de vacinação, que foi “bem anunciado” pela Comissão Europeia na semana passada, é o de “atingir o nível de imunidade comunitária à escala da UE” até ao verão.
“E é fundamental que seja à escala de toda a União, porque só assim é que restabeleceremos o mercado interno e as liberdades de circulação de uma forma plena”, apontou.
O primeiro-ministro referiu ainda que a UE não conseguirá vencer a pandemia “sem uma recuperação económica e social”, mas também não terá a “recuperação económica e social” se não conseguir, “simultaneamente, vencer a pandemia”.
“Não há uma alternativa: temos de andar mão na mão, simultaneamente, com estas duas pernas: mais vacinação, mais recuperação, mais vacinação, mais recuperação. E é assim que construiremos juntos o futuro da Europa”, concluiu António Costa após o debate com os membros do CESE.
Em agosto de 2020, a Comissão Europeia assinou um contrato com a farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca para aquisição de 300 milhões de doses da vacina contra a covid-19 produzida em colaboração com a universidade de Oxford, com uma opção de mais 100 milhões de doses.
Porém, na semana passada, a AstraZeneca anunciou que pretende entregar doses consideravelmente menores, nas próximas semanas, do que o acordado com a UE, o que Bruxelas entende ser inaceitável e uma possível violação do contrato.
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