Em carta aberta dirigida ao ministro da Administração Interna José Luís Carneiro, a que a agência Lusa teve hoje acesso, o autarca setubalense começa por lembrar que há cerca de um ano, em 13 de outubro de 2022, foi prometido pelo ministério um reforço de meios, mas garante que “é cada vez mais evidente a falta de recursos humanos para garantir a segurança de pessoas e bens” no concelho de Setúbal.
“A senhora secretária de Estado da Administração Interna garantiu-me que iam entrar ao serviço brevemente mais uns milhares de novos agentes da PSP e que essa questão ficaria resolvida”, recorda o presidente do município sadino, reiterando que “o agravamento das condições sociais tem levado a um aumento de assaltos no município de Setúbal, em particular no pequeno comércio”.
“Não há presença da autoridade e estas situações têm tendência a proliferar. É necessário, antes que a situação se agrave, reforçar a capacidade de intervenção das forças de segurança, em particular da PSP, no concelho de Setúbal”, sublinha a missiva dirigida ao ministro da Administração Interna, considerando que a atual situação “é insustentável”.
Na Carta Aberta, com data da passada sexta-feira, o presidente da Câmara de Setúbal refere também que as autarquias e outras entidades, “cada vez mais, são obrigadas a pagar gratificados (serviços pagos à hora a agentes da PSP) para garantir a segurança em situações consideradas de risco”.
“Esta parece ser a única forma de garantir a presença das forças de segurança, dada a falta de meios humanos nas esquadras para corresponder às situações de emergência”, acrescenta André Martins, depois de lembrar que as áreas urbanas são cada vez maiores e as forças de segurança cada vez menos para as necessidades do concelho.
O presidente da Câmara de Setúbal manifesta ainda preocupação com a possibilidade de o número de novos agentes que vão sendo colocados ao serviço do concelho ser inferior ao número dos que saem por atingirem a idade de reforma ou por outros motivos.
Por último, André Martins lembra ainda que, na reunião efetuada o ano passado com a secretária de Estado da Administração Interna, foram também avaliadas as condições pouco dignas das instalações dos profissionais da PSP em Setúbal e que a autarquia comunicou que já existia um espaço cedido pela Câmara Municipal para novas instalações da PSP.
“Foi indicado à senhora secretária de Estado que existia um espaço já cedido pela Câmara Municipal para construir uma nova esquadra e para o próprio Comando Distrital”, lembra o autarca setubalense, assegurando, no entanto, que, até hoje, não obteve qualquer resposta por parte do Ministério da Administração Interna.
Comentários