"Nunca na história foram criadas tantas oportunidades de emprego científico como hoje. O número de concursos que estão neste momento a ser abertos para serem financiados contratos pela FCT [Fundação para a Ciência e Tecnologia] é o dobro do número de contratos financiados nos últimos 20 anos", disse Paulo Ferrão no Encontro Ciência 2018, que decorre até quarta-feira em Lisboa, reunindo mais de 4.200 participantes para debater a situação atual e o futuro, assim como conhecer projetos científicos em desenvolvimento.
Na sessão de abertura, que contou com a presença do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, foram realçadas as mudanças que estão a ser aplicadas para, segundo Paulo Ferrão, "uma mudança de paradigma absolutamente crítica", visando conseguir uma situação em que, para, "os cientistas, ter um contrato de trabalho é a norma".
A FCT, que financia a investigação científica, comprometeu-se a criar este ano "condições para vir a financiar no total cerca de 5.000 contratos, para investigadores que encontrarão em Portugal a oportunidade de desenvolver a sua carreira".
No retrato feito por Paulo Ferrão, o número de investigadores por mil habitantes quase triplicou e o número de doutoramentos realizados por universidades portuguesas por ano está perto de ser multiplicado por cinco.
"Não é, assim, por acaso que Portugal se posiciona em quarto lugar relativamente ao crescimento do número de publicações científicas na última década na União Europeia", realçou o presidente da FCT.
Segundo o responsável, em 2016, foram abertos mais de 30 concursos de projetos e foram recebidas mais de 6.000 candidaturas, tendo sido atribuído um financiamento de 400 milhões de euros.
Este ano, a FCT planeia apoiar cerca de 2.000 contratos, a que se juntam mais de 1.600 contratos ao abrigo do concurso de projetos em todos os domínios científicos, 400 contratos através do concurso de emprego científico institucional, 500 contratos por concurso de emprego científico individual, cujos resultados deverão ser conhecidos ainda em julho, e outros no âmbito de outras iniciativas.
Paulo Ferrão referiu ainda a antecipação da celebração de contratos-programa para promover a contratação de mais de 1.900 investigadores em 86 instituições.
A FCT integrou ainda no financiamento plurianual das unidades de investigação e desenvolvimento mais 400 novos contratos e a atribuição de 400 bolsas de doutoramento.
Nos laboratórios colaborativos já foram atribuídos seis títulos de 'CoLAB' e "as 23 candidaturas da segunda fase de avaliação estão agora a ser analisadas", acrescentou Paulo Ferrão.
Segundo o Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional, publicado na sexta-feira, o ensino superior integra 27.435 investigadores e o setor privado 14.948 investigadores.
[Notícia corrigida às 18:49 — retifica o nome do presidente da FCT, que é Paulo Ferrão e não Nuno Ferrão, como se lia numa versão anterior deste texto]
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