Em comissão parlamentar, António Laranjo explicou que as duas vias rodoviárias estão concessionadas à empresa Ascendi e “há evidências, quer de vídeo da própria Ascendi, quer naquilo que é a própria vistoria da IP, para verificação das condições contratuais”.

“Há evidências que elas estavam limpas. E tinham sido limpas no início de junho, mês efetivamente fatídico para aquela zona”, referiu o responsável da empresa pública, que resultou da fusão da REFER -Rede Ferroviária Nacional e a EP -Estradas de Portugal.

A várias observações críticas do deputado do Bloco de Esquerda Heitor de Sousa, Laranjo precisou que pode haver árvores a 50 centímetros das bermas das estradas, desde que atrás dos separadores e sem pôr em causa a segurança.

“Se não estiverem a pôr em causa a segurança, não há nenhum plano municipal de defesa da floresta contra incêndios que determine o seu corte”, sublinhou o responsável da IP, acrescentando que, nos 10 metros de faixas de gestão de combustível, são feitas desmatações ou desramações sob determinados critérios previstos na lei.

António Laranjo sublinhou ainda que nas competências da IP está apenas o cumprimento dos contratos, pertencendo à empresa concessionária as restantes matérias.

Dois grandes incêndios começaram no dia 17 de junho em Pedrógão Grande e Góis, tendo o primeiro provocado 64 mortos e mais de 200 feridos. Foram extintos apenas uma semana depois.

Estes fogos terão afetado aproximadamente 500 habitações, 169 de primeira habitação, 205 de segunda e 117 já devolutas.

Quase 50 empresas foram também afetadas, assim como os empregos de 372 pessoas.