“Eu estarei com a mesma atenção com que estive sempre a essa matéria, não tenho mais nada a dizer”, afirmou o Presidente da República, falando aos jornalistas à margem de uma iniciativa na Azambuja, distrito de Lisboa.

“Tudo o que depender do Presidente – e há o que depende do Presidente e o que não depende do Presidente – o que depender do Presidente estarei com a mesma atenção com que estive. E, neste momento, não tenho mais nada a acrescentar ao muito que já disse sobre a matéria”, sublinhou.

Questionado sobre se ficou satisfeito com as explicações dadas pelo primeiro-ministro na quinta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa não quis pronunciar-se diretamente sobre as palavras de António Costa, mas salientou que “a função do Presidente da República é estar atento, obviamente, ao que se passa, atento e operacional”.

“Mais do que isso, nomeadamente em período pré-eleitoral, é estar a envolver-me no debate pré-eleitoral”, salientou, acrescentando que “a polémica sobre esta matéria, naturalmente neste momento, que é um momento pré-eleitoral é uma polémica que é natural entre os partidos políticos”.

O chefe de Estado apontou ainda que “disse o que tinha a dizer, está dito, está claro” o que pensa “e sempre pensou quando era cidadão sobre esta matéria”, não havendo “nada a acrescentar”.

Falando aos jornalistas na quinta-feira, no Barreiro, distrito de Setúbal, o primeiro-ministro referiu que, no que diz respeito aos membros do governo, “já se verificou que, na prática, que não há nenhuma perturbação da independência com que cada um intervém e ninguém nomeou um seu familiar para exercer qualquer função".

António Costa refutou também o argumento de que as relações familiares entre alguns membros do Governo constituem um sinal de um executivo fechado sobre si próprio.

"Dei-me ao trabalho de fazer as contas e, dos 62 membros do Governo, pude verificar que 36 são militantes do PS, o que é normal, e 26 são independentes, que só 14 tinham tido anteriores experiências governativas e só 30 tinham exercido qualquer tipo de cargo político, desde ministro a vereador, o que significa que 32 membros do Governo são pessoas que fomos mobilizar à sociedade civil e que demonstra que, ao contrário do que às vezes se diz, há cidadãos disponíveis para servir o seu país, para servir os portugueses. E eu acho que isso é motivo de orgulho para que o sistema político não se feche", defendeu o primeiro-ministro.

Hoje, Marcelo Rebelo de Sousa considerou também que os alertas que fez relativamente ao período de pré-campanha eleitoral não foram tidos em consideração.

Apontando que avisou os partidos para terem “cuidado com um período eleitoral muito longo”, o chefe de Estado referiu que, “infelizmente, tinha razão” e que tal se veio a verificar.

“Disse-o em janeiro de 2018, o período eleitoral começou no fim do verão de 2018. Portanto é uma pré-campanha eleitoral de um ano e meio”, notou.

O Presidente da República disse também ter “pena que não tivesse vingado” uma ideia que lançou “logo no início do mandato, que era juntar as eleições europeias e legislativas”.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “os partidos políticos não foram sensíveis” aos argumentos e isso será problemático, uma vez que “continuará a haver Orçamentos de Estado sistematicamente votados tarde demais, portanto, votados no ano a que respeitam”.

“E, para o povo português, eu penso que teria sido vantajoso terem sido eleições em simultâneo”, defendeu, considerando, porém, que “está decido, está decidido”.

“Já convoquei as europeias, irei convocar, na altura devida, as legislativas, não vale a pena chorar sobre o leite derramado”, assinalou.

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