A mesma fonte, que confirmou uma informação que tinha sido avançada pelo Financial Times, especificou que a reunião seria anunciada oficialmente durante o dia de hoje.
Esta reunião ocorre num contexto de intensas discussões entre os europeus sobre como se devem posicionar em relação à China, além das crescentes tensões entre Washington e Pequim.
Charles Michel tem de lidar, por um lado, com um país como a Alemanha, que tem importantes interesses económicos na China, e outros Estados-Membros como a Lituânia, que atraiu a ira de Pequim ao estabelecer ligações com Taiwan, considerado pela China como parte integrante do seu território.
Em 12 de novembro, em Phnom Penh, poucos dias antes da cimeira do G20, durante a qual Xi Jinping se encontrou com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, Charles Michel pediu a Pequim que convencesse a Rússia a respeitar o direito internacional na Ucrânia.
“Encorajamos as autoridades chinesas a usar todos os meios à sua disposição para convencer a Rússia a respeitar as fronteiras internacionalmente reconhecidas, a respeitar a soberania da Ucrânia”, disse o líder, em declarações à AFP.
Também neste mês, num incidente que ilustra as tensões entre Bruxelas e Pequim, a transmissão de um discurso de Charles Michel, agendado para a inauguração de uma feira em Xangai, foi cancelada porque as autoridades chinesas quiseram censurá-lo, em parte, segundo vários diplomatas europeus.
Um destes diplomatas especificou que as autoridades chinesas queriam censurar no discurso todas as referências à guerra na Ucrânia. Um assunto delicado na China, que quer ser oficialmente neutra, mas continua a ser um aliado estratégico de peso da Rússia.
As relações entre a China e a União Europeia deterioraram-se desde a imposição de sanções, de ambos os lados, por alegações de abusos dos direitos humanos na região chinesa de Xinjiang.
A União Europeia considera a China um “parceiro, concorrente económico e rival sistémico”, segundo a formulação adotada em 2019.
Os laços comerciais continuam fortes entre os dois. Um dos exemplos é a Alemanha, cujo chanceler Olaf Scholz foi o primeiro líder do G7 a visitar a China – no final de outubro – desde o início da pandemia.
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