Ao receber no Cairo o chefe de Governo da Alemanha, Olaf Scholz, o chefe de Estado egípcio pronunciou o discurso mais completo e enérgico desde o início do conflito no Médio Oriente.

O conflito, iniciado por uma ofensiva do Hamas em território israelita, provocou milhares de mortes nos dois lados e forçou a deslocamento de mais de um milhão de pessoas dentro do enclave palestiniano que faz fronteira com o Egito.

Sisi afirmou que incentivar os palestinianos a deixar a sua terra é "uma forma de terminar com a causa palestiniana em detrimento dos países vizinhos".

Considerou também que "a ideia de forçar os habitantes de Gaza a um deslocamento para o Egito levará a um deslocamento similar" de palestinos da Cisjordânia para a Jordânia,"o que impossibilitará o estabelecimento de um Estado Palestiniano".

"E se eu pedir ao povo egípcio que saia às ruas, haverá milhões para apoiar a posição do Egito", alertou Sisi.

A "opinião árabe é sensível à causa da Palestina, que é a maior de todas as causas", acrescentou o presidente egípcio.

Sisi afirmou que seu país "não fechou a passagem de Rafah", na fronteira com Gaza, e disse que a ajuda humanitária, bloqueada na península egípcia do Sinai, não pode entrar no território palestiniano através da passagem de fronteira devido aos "bombardeamentos israelitas".

Centenas de caminhões com ajuda humanitária estão bloqueados há vários dias no deserto egípcio do Sinai e não podem entrar na Faixa de Gaza, onde vivem 2,4 milhões de pessoas.