Miguel Albuquerque falava aos jornalistas à margem de uma visita ao novo acesso à via rápida destinado apenas às viaturas da equipa médica de intervenção rápida (EMIR) e localizado no Pinheiro Grande, junto à Cancela, que está sediada no Serviço Regional de Proteção Civil da Madeira, dizendo serem 18 os casos positivos confirmados na região com a nova estirpe detetada.

“Nós mandámos 21 análises e deu positivo para 18. Essas pessoas, aquando da chegada, foram prontamente detectadas, cumprindo o isolamento profilático e nós fizemo-lo em função de uma diretiva da União Europeia que alertou para a estirpe", explicou o Presidente do Governo Regional da Madeira, adiantando que "17 são provenientes do Reino Unido e uma de Lisboa e Vale do Tejo”.

Esta informação é dada depois de ontem ter sido confirmada pela Secretaria Regional de Saúde e Proteção Civil da Madeira a presença da nova estirpe do SARS-CoV-2 e do subsecretário de Estado da Saúde, Diogo Serras Lopes ter hoje dito à Rádio Renascença de que tinham sido detetados apenas quatro casos.

.“A primeira preocupação foi certificarmo-nos eventualmente se tínhamos aqui casos em que as pessoas que tinham resultado do teste positivo eram portadoras essa nova estirpe, e isso foi confirmado”, disse o governante.

Instado a confirmar se tinha havido casos de ingleses repatriados por não respeitarem a quarentena, Miguel Albuquerque adiantou que “houve dois ingleses que chegaram de Bucareste e que não quiseram cumprir o confinamento nem se submeter ao teste e voltaram para trás". "Aqui tem de se cumprir as regras”, sublinhou.

Em videoconferência em 21 de dezembro, Miguel Albuquerque anunciou que o Governo da Madeira iria proceder, em articulação com o Instituto Ricardo Jorge, a análises de casos positivos oriundos do Reino Unido, para avaliar se a nova estirpe do vírus já havia chegado à região.

“Nós próprios vamos fazer uma análise genética de um conjunto de casos que foram detetados ao longo dos últimos meses na Madeira para ver se essa variante do vírus chegou a estar na Madeira, está na Madeira ou não”, disse.

A nova estirpe do coronavírus SARS-CoV-2 identificada no Reino Unido, apresentada como mais contagiosa e que está a inquietar o mundo, já está a circular em vários países e territórios, dentro e fora da Europa.

Na sequência da identificação desta nova variante do SARS-CoV-2, diversos países, dentro e fora da Europa, decidiram suspender as ligações, nomeadamente aéreas, com o Reino Unido, uma lista que tem vindo a aumentar nas últimas horas.

A estirpe britânica do vírus já foi também detetada, pelo menos, na Suécia, Itália, Holanda, Alemanha, França, Espanha e no Japão.

Grande parte da União Europeia (UE) começou a vacinação contra a covid-19 no domingo, numa ação que será desenvolvida de forma gradual e cuja primeira fase incidirá sobre as pessoas mais vulneráveis, idosos ou profissionais de saúde especialmente expostos a infeções.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde afirmou que as primeiras vacinas contra o novo coronavírus deverão manter pelo menos alguma eficácia contra a nova variante mais contagiosa oriunda do Reino Unido.

Madeira não sabe ainda quando irá receber vacinas

"Não sei quando chegam. As vacinas estavam previstas chegar hoje, mas o técnico da Pfizer já está cá a dar instruções e neste momento a Pfizer é que dirá quando vêm. Estamos à espera dessa informação", disse à comunicação social Miguel Albuquerque.

O governante salientou ser provável que as vacinas cheguem à Madeira a 30 ou 31 de dezembro.

No sábado, Miguel Albuquerque tinha dito aos jornalistas que a chegada das vacinas estava prevista para hoje.

"Nós temos seis horas para o descongelamento das vacinas e começar a administrá-las. Só estamos a aguardar informação da Pfizer", acrescentou hoje.

Albuquerque afirmou desconhecer se as vacinas chegam à Madeira via Amesterdão ou via Lisboa e que, na altura, será distribuído um comunicado à comunicação social.

Em 23 de dezembro, o secretário regional da Saúde e da Proteção Civil, Pedro Ramos, anunciou que a Madeira estima vacinar 50 mil pessoas contra a covid-19 na primeira fase do processo, esclarecendo que prevê receber 9.750 doses em janeiro de 2021 para iniciar o programa de vacinação.

"Aquilo que posso dizer, para tranquilizar a população, é que a Madeira está em condições de iniciar o seu plano de vacinação. Só estamos à espera das vacinas", acrescentou.

O governante esclareceu, por outro lado, que as 9.750 doses que chegam em janeiro vão permitir vacinar 4.785 pessoas, num universo de 200 mil elegíveis na Região Autónoma da Madeira.

O Plano Regional de Vacinação Covid-19 estabelece três fases, a começar pela população mais idosa e pelos profissionais do sistema de saúde, público e privado, ao que se seguem as pessoas com comorbilidades e, por fim, o resto da população.

"A estimativa para a primeira fase são 50 mil pessoas. Na segunda fase, 50 mil pessoas. E, no fim, 100 mil pessoas", explicou o diretor regional da Saúde, Herberto Jesus, na mesma conferência de imprensa, vincando que não é possível precisar o 'timing' de cada uma, pois depende da capacidade de fornecimento do produtor - a BioNTech/Pfizer - e da distribuição ao nível europeu.

O primeiro lote das vacinas contra a covid-19 chegou no sábado a Portugal. A campanha de vacinação arrancou no domingo em Portugal, à semelhança de outros países da União Europeia. A vacina é facultativa, gratuita e universal, sendo assegurada pelo SNS.