“Devemos acabar com a guerra”, disse Widodo na abertura oficial do evento.
“Não devemos transformar o mundo numa nova guerra fria”, acrescentou o líder indonésio, que espera que o encontro seja um espaço de diálogo entre todas as partes.
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, é a grande ausência do maior encontro de líderes mundiais desde o início da pandemia de covid-19, realizado num hotel de luxo de Bali.
Moscovo alegou problemas de agenda e a necessidade de Putin permanecer na Rússia para justificar a ausência.
Esta é a primeira cimeira do G20 desde que começou a guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro deste ano, e a falta de consenso entre os participantes poderá refletir-se na declaração final conjunta, como aconteceu na cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), realizada no domingo, em Phnom Penh, capital do Camboja.
Apesar de a Ucrânia não integrar o G20, o Presidente Volodymyr Zelensky foi convidado pelo homólogo indonésio, Joko Widodo, presidente em exercício do grupo, a discursar por videoconferência.
Sob o lema “recuperar juntos, recuperar mais fortes”, a cimeira deveria concentrar-se nos riscos globais da pandemia de covid-19, na recessão económica e no desenvolvimento sustentado, como previa a presidência indonésia do G20.
O conflito na Ucrânia criou, no entanto, novos problemas globais que deverão ser discutidos em Bali, como a crise energética ou o risco de escassez alimentar, além da guerra em si.
A cimeira na chamada “ilha dos deuses” ficou já marcada por um encontro presencial inédito entre os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da China, Xi Jinping, na segunda-feira.
Estão previstos outros encontros bilaterais, como o de Xi com o Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciado para hoje.
Além de Xi, Biden, Macron e do anfitrião, Widodo, participam os presidentes Recep Tayyip Erdogan (Turquia), Yoon Suk-yeol (Coreia do Sul), Cyril Ramaphosa, (África do Sul) e Alberto Fernández (Argentina).
A lista inclui também os chefes de governo Olaf Scholz (Alemanha), Giorgia Meloni, (Itália) Rishi Sunak (Reino Unido), Fumio Ksihida (Japão) e Narendra Modi (Índia).
Os primeiros-ministros Anthony Albanese (Austrália), Justin Trudeau (Canadá) e Mohammad bin Salman (Arábia Saudita) estão igualmente em Bali, tal como o chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez, neste caso como convidado.
A União Europeia, que também integra o G20, enviou os presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Conselho Europeu, Charles Michel.
Além da Rússia, dois outros países estão representados pelos chefes da diplomacia, o Brasil, por Carlos Alberto França, e o México, por Marcelo Ebrard.
Em Bali, também estão o secretário-geral da ONU, António Guterres, e a chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, entre outros representantes institucionais.
Em conjunto, o G20 representa 60% da população mundial, 80% do Produto Interno Bruto (PIB) global e 75% das exportações em todo o mundo, segundo dados da presidência indonésia do grupo.
A cimeira ocorre 20 anos depois de um atentado terrorista na ilha turística que provocou 202 mortos de 23 nacionalidades, incluindo um português.
Para garantir a segurança, a Indonésia mobilizou 18.000 militares e polícias para a área de Nusa Dua, no sul de Bali, onde os participantes estão alojados em 20 hotéis.
E para a eventualidade de um desastre natural numa ilha situada no Anel de Fogo do Pacífico, propensa a sismos, tsunamis e erupções vulcânicas, 1.500 elementos das forças de segurança estão preparados para retirar os participantes para locais seguros.
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