Há 17 anos que a Norcaça, Norpesca e Norcastanha se assumem anualmente como uma montra dos produtos locais com maior peso económico no concelho e que, este ano, entre 1 e 4 de novembro, apresenta “um novo formato”, com atividades “para todos”, segundo Hernâni Dias, presidente da Câmara de Bragança.

A autarquia é a promotora do evento, em parceria com várias entidades locais, e está apostada em direcionar a feira para diferentes públicos, desde “especialistas nas diversas áreas temáticas, amantes de caça e da pesca, produtores e interessados na castanha, amantes de deporto, da moda, do artesanato”.

A Câmara pretende dar-lhe “dimensão ibérica”, nomeadamente com a presença dos vizinhos espanhóis, entre os expositores e visitantes, no espaço do Centro Empresarial de Bragança.

“Ao longo dos quatro dias, será possível degustar a gastronomia de excelência da região e, em particular, os três produtos emblemáticos desta época na região: a caça, a pesca e a castanha. Além disso, este ano, com a particularidade de ser palco de diversas atividades diferenciadoras de edições anteriores, desde logo um concerto na noite de dia 3, com a fadista Cuca Roseta, e uma Gincana de Tratores agrícolas, no dia 4 à tarde, tornando este evento representativo, também, do meio rural”, explicou.

O secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Miguel João de Freitas, preside à sessão de abertura da feira, que “pretende ser, igualmente, um momento de debate e reflexão sobre o futuro destes setores na região”.

No primeiro dia, realiza-se o seminário “Norcaça/Norpesca “Potenciar a caça e Pesca na Região Transmontana. Será possível?” e no dia seguinte decorre o XI Fórum Internacional dos Países Produtores de Castanha subordinado ao tema “Castanheiro: o futuro sustentável”.

Bragança está entre os maiores produtores de castanha, sendo a região transmontana responsável por 85% da produção portuguesa. De acordo com dados da organização, “desta produção, 70% a 80% destina-se a mercados externos” e a castanha “é um produto que representa um valor económico de 100 milhões de euros para a região e, naturalmente, com muita importância para o concelho”.

“Somos a Capital da Castanha e esta iniciativa tem como objetivo promover, a nível nacional e internacional, não só este recurso tão valioso, mas também a caça e a pesca, dois setores com dimensão considerável na nossa economia”, acrescentou Hernâni Dias.

A Feira Internacional do Norte reserva também espaço para os mais novos com animação infantil, diversos equipamentos de diversão e com vigilância, e os mais crescidos terão a Parede de Escalada, com o acompanhamento do Exército.

Para apreciadores de falcões e outras aves de rapina, será possível visitar a exposição e assistir a demonstrações de cetraria. Haverá exposições de elementos escultóricos alusivos ao evento elaborados por instituições locais, pintura, fotografia e quadras de S. Martinho.

O certame tem também um espaço de educação ambiental, onde se realizarão oficinas para ensinar a fazer a compostagem doméstica e um Teatro de Rua, que explica como deve ser feita a separação seletiva do lixo.

O desporto e contacto com a natureza são outras das atividades do programa, com a Maratona Ibérica da Castanha em BTT, que conta com 500 inscritos de Portugal e Espanha, a caminhada solidária pedestre “Por entre os Soutos”, cujas inscrições revertem integralmente para a delegação de Bragança da Liga Portuguesa Contra o Cancro, e um Circuito de Trator Infantil, cujas receitas revertem a favor da Obra Kolping.

Previsto estão também um passeio micológico, sendo que os cogumelos farão parte das ementas dos 14 restaurantes de Bragança que se associaram à Semana Gastronómica - Caça, Pesca e Castanha, que arranca já no sábado.