
De acordo com a agência Efe, o objetivo da sua viagem é “coordenar posições sobre o tema nuclear” com a Alemanha, e “ultimar detalhes” para acordos “de cooperação estratégica, económica e de segurança” com Berlim, que se assinarão durante a sua visita, disse hoje na reunião do Gabinete de Ministros.
O chefe de Governo isralita tem previstas reuniões com o chanceler alemão, Olaf Scholz, com o presidente, Frank-Walter Steinmeier, e com a ministra dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock.
Nas últimas semanas, à medida que se aproximam as possibilidades de um regresso ao pacto nuclear com Teerão, Israel tem encetado esforços diplomáticos e intensificou a sua campanha a nível internacional.
Recentemente, enviou o ministro da Defesa, Benny Gantz, ou o chefe da agência de serviços secretos Mossad aos Estados Unidos, para dialogar com a administração do presidente Joe Biden.
Israel vê o Irão como o seu principal inimigo, opondo-se a qualquer pacto e assegurando que a república islâmica continua a ter o objetivo de obter armamento nuclear.
O país “está a levar a cabo uma bem-sucedida campanha diplomática para parar o acordo nuclear e evitar o levantamento das sanções contra o Irão”, disse hoje o chefe do Governo de Israel.
Yair Lapid acrescentou que “ainda há um longo caminho a percorrer, mas já há sinais de alento”, referindo-se à perda de força das negociações para o regresso ao pacto, nas últimas semanas.
O acordo nuclear foi assinado pelo Irão, Alemanha, França, Reino Unido, Rússia, China e Estados Unidos em 2015, e limitava o programa nuclear iraniano em troca do levantamento das sanções contra o país persa.
No entanto, foi abandonado em 2018, quando o então Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou o seu país do acordo de forma unilateral.
Com a mudança de presidência em Washington, o demorcrata Joe Biden quer voltar ao acordo, e as negociações entre as grandes potências – incluindo os Estados Unidos de forma indireta – e o Irão retomaram há 16 meses.
Uma proposta da União Europeia fez com que, recentemente, se acelerassem os passos para uma assinatura definiva, mas a França, Alemanha e o Reino Unido advertiram Teerão no sábado de que chegaram “ao limite” da sua “flexibilidade”, alegando que o Irão “continua a desenvolver o seu programa nuclear além de qualquer justificação civil”.
A república islâmica não cooperou com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) ao prosseguir a “escalada nuclear”, alegaram.
O primeiro-ministro israelita agradeceu hoje a “forte oposição” dos três países europeus, assegurando que Israel “realizou um diálogo discreto e intensivo” com os europeus nos últimos meses.
Yair Lapid disse que Israel apresentou “informação de inteligência atualizada sobre a atividade iraniana” nas instalações nucleares do país.
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