"O senhor primeiro-ministro quando ficou silencioso não foi por nenhuma querela com o Presidente da República", declarou Marcelo Rebelo de Sousa, em resposta aos jornalistas, na Fundação Champalimaud, em Lisboa.

O chefe de Estado mencionou que o próprio primeiro-ministro, António Costa, já veio "desmentir notícias de hoje segundo as quais o seu silêncio era contra o Presidente da República".

"Eu tinha lido essas notícias, tinha ficado estupefacto com elas, mas percebo que ele tenha esclarecido que não se tratava disso", disse.

"Confesso, como imaginam, que me senti melindrado por isso, por não corresponder à visão que eu tinha do que se tinha passado", acrescentou.

Em causa está o primeiro ponto da reunião de terça-feira do Conselho de Estado, sobre a situação política, económica e social do país, para concluir a reunião de julho dedicada a este tema.

"Eu tinha perguntado ao senhor primeiro-ministro, antes do Conselho, se tencionava usar da palavra. Ele disse-me que não e, portanto, tendo-me dito que não, eu naturalmente passei à minha intervenção", adiantou Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República enquadrou a quebra de sigilo sobre o conteúdo das reuniões deste órgão político de consulta como "um problema que lida da consciência dos senhores conselheiros" e admitiu "que haja quem se sinta ofendido" com os relatos na comunicação social.

Quanto à sua opinião sobre a situação do país que expressou no Conselho de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa não quis torná-la pública.

Interrogado se irá falar aos portugueses sobre a TAP, respondeu: "Neste momento não tenciono falar desse ou de outros temas. E quando tencionar falar, falarei".