A informação foi hoje avançada pelo ministro dos Transportes de Angola, Ricardo de Abreu, em conferência de imprensa, sobre a situação da pandemia de covid-19 no país, que conta agora com 812 casos positivos e 33 óbitos.
Ricardo de Abreu referiu que, desde março, a TAAG, companhia aérea nacional, já transportou 3.750 passageiros.
Segundo o ministro, foi estabelecido um programa para assegurar de forma ordeira a chegada dos cidadãos angolanos, num total de 1.800 em Lisboa e cerca de 300 no Porto, que manifestaram interesse de regressar.
O governante angolano frisou igualmente que foram estabelecidos um conjunto de procedimentos a serem adotados para os voos, que deverão ter início na sexta-feira e prolongar-se durante as próximas semanas e meses, até ao final do ano.
Os cidadãos com prioridade neste primeiro voo são aqueles que possuem bilhetes de passagem válido, emitido pela TAAG, nomeadamente passageiros que se tinham deslocado a Portugal por motivos de saúde e que já terminaram o seu período de junta médica, os idosos, famílias com crianças, e, havendo espaço, outro tipo de passageiros.
O voo tem saída prevista de Lisboa às 08:00, sendo as condições de embarque determinadas a apresentação do teste de covid-19, usando o teste molecular de pré-embarque conhecido como RT-PCR, realizado 72 horas antes da viagem.
“Há também a condição de estes mesmos passageiros terem que aceitar os centros de quarentena ou os hotéis designados de sua permanência durante a quarentena institucional”, informou o ministro.
Durante a viagem, todos os passageiros deverão fazer-se acompanhar de máscaras de proteção, quer no aeroporto, quer no avião.
Relativamente às bagagens, Ricardo de Abreu informou que foi dada a possibilidade aos passageiros em classe executiva de transportarem 32 quilogramas, em três volumes, e para os de classe económica o direito a dois volumes, de 23 quilogramas.
À chegada ao país, as bagagens serão desinfestadas, e, posteriormente, identificadas e recolhidas na placa pelos passageiros.
“Após essa identificação da recolha de bagagem, o passageiro deve dirigir-se para os autocarros, que estarão disponíveis para o transporte, para os centros de quarentena ou para os hotéis designados”, adiantou Ricardo de Abreu.
Nos locais de quarentena, a assistência médica e medicamentosa será assegurada pelo Ministério da Saúde, desde o aeroporto onde se vão observar alguns procedimentos de rastreio, assim como depois nos centros de quarentena, onde deverão permanecer 14 dias.
Os locais de quarentena para este primeiro voo designados são os hotéis Vitória Garden e Station, o aldeamento Kwanza Lodge e o Infortur.
Durante o período de permanência nos locais de quarentena será feita testagem dos passageiros e com base nos seus resultados serão determinados os passos seguintes a executar.
Os voos serão realizados com a periodicidade de 14 dias, ou seja, à medida que os centros de quarentena tenham disponibilidade de espaço. Contudo, podem ser realizadas viagens antecipadas, devidamente coordenadas com o Ministério das Relações Exteriores e a embaixada de Angola em Portugal, para que haja notificação antecipada das pessoas nas listas.
Para os cidadãos que se encontram no Porto, na próxima semana deverá haver também um voo de repatriamento, informou o governante angolano.
Aos passageiros será disponibilizado, ainda no avião, um conjunto de informações úteis relativamente à sua permanência no centro de quarentena, nomeadamente instruções específicas sobre o seu comportamento nos espaços disponibilizados, bem como será dada informação à companhia aérea sobre o comportamento adequado ao longo do voo e também no aeroporto.
Ricardo de Abreu apelou aos cidadãos que regressam para que tenham uma atitude e comportamento urbano e cívico, porque ao longo das últimas semanas foram observados alguns comportamentos e imagens que circularam nas redes sociais “pouco cívicos, inapropriados, usando linguagem imprópria sobre o esforço coletivo que está a ser feito e que deveria merecer o respeito de todos”.
“Estamos preparados para a responsabilização e criminalização de todos esses atos, e iremos usar todos os meios necessários para a defesa do bom nome e do esforço coletivo que temos estado a fazer, assim como também da proteção dos ativos, que muitas vezes são, deliberadamente, danificados ou destruídos por parte destes cidadãos”, disse.
O ministro garantiu que não embarcarão de Lisboa nem do Porto cidadãos que não tiverem um comportamento adequado ao longo de todo o processo, alertando que as circunstâncias não são normais, nem do ponto de vista da gestão aeroportuária.
“Apelamos para a compreensão de todos e para a paciência, para podermos ter o processo que, na prática, dignifica o bom nome do país e de todos os cidadãos angolanos. Portanto, não deverão embarcar os cidadãos que não terão comportamento apropriado e adequado às circunstâncias e ao esforço que todos estão a fazer”, reiterou o ministro.
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