Escreve o Público que nos referidos anúncios versava o seguinte texto: "Procuramos pessoas descontraídas e bem-humoradas. A preferência é por BRASILEIRAS ou por nacionalidades igualmente alegres, dispensamos portuguesas."

Os anúncios, 20 no total, procurava jornalistas, redatoras, apresentadoras, humoristas, uma modelo e uma youtuber. A ideia seria criar conteúdo para plataformas digitais sobre jogos, moda, comportamento, entre outros, tendo como foco o universo feminino.

Segundo o jornal, as candidaturas deveriam ser remetidas para a Cloud Choice, registada em Cascais. O titular da empresa, contactado pelo matutino esclareceu que “as portuguesas em geral são pessoas depressivas, infelizes com a vida”, justificando desta forma a especificidade do anúncio e a dispensa de portuguesas.

Determina o Código de Trabalho que "o trabalhador ou candidato a emprego tem direito a igualdade de oportunidades e de tratamento no que se refere ao acesso ao emprego, à formação e promoção ou carreira profissionais e às condições de trabalho, não podendo ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão, nomeadamente, de ascendência, idade, sexo, orientação sexual, identidade de género, estado civil, situação familiar, situação económica, instrução, origem ou condição social, património genético, capacidade de trabalho reduzida, deficiência, doença crónica, nacionalidade, origem étnica ou raça, território de origem, língua, religião, convicções políticas ou ideológicas e filiação sindical, devendo o Estado promover a igualdade de acesso a tais direitos".

Perante este caso, quando questionada pelo Público, Joana Rabaça Gíria, que preside à Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), adiantou que iria ser enviado um ofício à empresa anunciante "a informar sobre a legislação aplicável”.