O exercício de queima, ou seja, de aplicação de fogo controlado, decorre no âmbito de 2.º Encontro Internacional de Fogo Controlado, em Mafra, região onde os 30 especialistas nacionais e internacionais inscritos vão pôr em prática os conhecimentos sobre a matéria e partilhar experiências com o objetivo de “melhorar o desempenho profissional”, sendo esse o principal objetivo, explicou à Lusa o coordenador-adjunto do encontro, José Gaspar.

O exercício prático previsto para quinta-feira, não tendo objetivos quantitativos definidos em termos de área a queimar, por exemplo, servirá já para preparar o terreno para o combate aos fogos no período mais crítico de verão, numa perspetiva de prevenção.

“Vamos tratar um conjunto de áreas que são queimadas agora, no período de inverno, para que funcionem como barreira no verão ou como áreas que os bombeiros em situação de combate saibam que são áreas seguras e que podem utilizar para fazer manobras do ponto de vista do combate a incêndios”, explicou José Gaspar, que é também docente da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC).

As áreas de treino são “relativamente pequenas”, referiu o responsável, mas têm em vista objetivos como a proteção de aglomerados populacionais ou “criar descontinuidades” na floresta.

“Temos um conjunto de áreas de diferentes tipologias selecionadas e é esse o objetivo, é ganhar conhecimento e treino deste tipo de trabalho”, disse.

O encontro internacional, que decorre desde domingo e que se prolonga até sexta-feira inclui no grupo de participantes membros de entidades que, “normalmente, têm intervenção nestas situações”, como técnicos florestais, responsáveis de Proteção Civil, técnicos do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), elementos da força especial de bombeiros e do grupo de intervenção de proteção e socorro da GNR.

“No âmbito deste treino internacional foram constituídos três grupos de queima e foi selecionado um conjunto de parcelas de treino que nós vamos executar”, disse José Gaspar.

O coordenador do evento disse que portugueses e espanhóis são os participantes com mais experientes neste tipo de prática.

Além do exercício prático, José Gaspar destaca a oportunidade de intercâmbio de experiências individuais com as quais os participantes podem enriquecer os seus conhecimentos, nomeadamente a adaptação das mesmas técnicas a diferentes geografias e climas.

O encontro é organizado conjuntamente pela Câmara Municipal e pela Proteção Civil de Mafra, pela ESAC e pelo CITAB - Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.