“A moção de rejeição do Chega não tem efeito prático nenhum, é apenas um número mediático para a comunicação social. Esses números são com o Chega, nós não participamos, abstemo-nos”, afirmou Rui Rio.
O líder social-democrata falava aos jornalistas momentos antes de entrar para o plenário, na Assembleia da República, em Lisboa, no qual se vai discutir esta quinta e sexta-feira o Programa do XXIII Governo Constitucional, o terceiro liderado por António Costa.
“[o PSD] vai-se abster porque não tem interesse nenhum. O objetivo da moção de rejeição é dar aqui uma notícia, um certo espetáculo, um certo circo mediático, isso é com o Chega, não é connosco”, vincou.
Questionado porque é que o PSD não vota contra a moção, Rio disse apenas: “pelas razões que acabei de dizer agora, é a abstenção”.
No início da semana, o líder do Chega anunciou que iria apresentar uma moção de rejeição do programa do Governo por considerar que o documento do executivo é “propaganda eleitoral” e o “mais vago dos últimos 25 anos”.
Reconhecendo que, dada a maioria absoluta do PS, a sua moção de rejeição terá sobretudo um “caráter simbólico”, André Ventura salientou, no entanto, que visa mostrar aos portugueses que o partido não "pactuará" com o executivo, tendo também “um objetivo político claro”: “clarificar as posições que a Iniciativa Liberal e o PSD vão ter ao longo da próxima legislatura”.
O líder do Chega frisou à data que a moção de rejeição serve para “reposicionar a direita e a oposição” e para se ter a “noção perfeita e clara de quem se situa na oposição do PS e quem está disposto a apoiar este Governo do PS”.
O Programa do XXIII Governo Constitucional começa hoje a ser debatido no parlamento numa sessão plenária que será aberta pelo primeiro-ministro, António Costa, terminando na sexta-feira.
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