Foram registadas 29.780 insrições de profissionais de saúde pertencentes ao Conselho Regional de Medicina (CRM) no Brasil, tendo sido efetivadas 20.767 dessas inscrições.

8.230 profissionais já estão alocados nos respetivos municípios para atuação imediata e, até ao momento, 40 desses médicos já se apresentaram nas unidades básicas de saúde, informou o Governo brasileiro.

No momento da abertura das inscrições para o novo edital, o sistema do ‘Mais Médicos’ recebeu mais de um milhão de acessos simultâneos, o que significa mais do dobro do número de médicos em atuação no país.

A alta procura dos profissionais e os ataques cibernéticos ao sistema de inscrição provocou lentidão no sistema informático e, por isso, o Ministério da Saúde prorrogou as inscrições.

“Com a alta procura e a apresentação imediata do médico ao município, a expectativa é de suprir a ausência dos médicos cubanos com os médicos do CRM o mais rápido possível”, afirmou o ministro da Saúde, Gilberto Occhi.

Esta abertura de vagas foi a medida de emergência adotada pelo Governo brasileiro para garantir a assistência em locais que contam com profissionais de Cuba, após o comunicado da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), no qual o Governo cubano informou sobre o encerramento da cooperação no programa ‘Mais Médicos’.

O Governo de Cuba anunciou, no passado dia 14 de novembro, o fim da participação no programa “Mais Médicos”, devido às “declarações ameaçadoras” de Bolsonaro, relacionadas com modificações ao projeto governamental, que Havana considerou “inaceitáveis”, e com o condicionamento da aprovação em testes de competência, assim como do pagamento dos salários.

o Presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, considerou os médicos cubanos “escravos” de uma “ditadura”.

Segundo os acordos entre Brasil, Cuba e a OPAS, os médicos cubanos recebiam 30% de seu salário no Brasil e o valor restante era destinado ao Governo de Havana, o que Bolsonaro considerou “inaceitável”.

O programa “Mais Médicos” foi criado em 2013 pela então Presidente brasileira Dilma Rousseff e permitiu a milhares de médicos cubanos a prestação de cuidados às populações das áreas rurais do Brasil.