Os restantes nove foram capturados ainda na quinta-feira, ao longo do dia, e “não vão ser ouvidos” de novo em tribunal “por indicação dos magistrados do Ministério Público das respetivas comarcas” onde foram detidos, adiantou a mesma fonte à Lusa.

“Vão ser entregues à custódia do SEF”, acrescentou, referindo-se aos elementos já capturados, que pertenciam a um grupo de 28 migrantes indocumentados que desembarcou na ilha Deserta, em Faro, em 16 de setembro, e foi depois colocado, por ordem judicial, à guarda do SEF, a aguardar o afastamento de Portugal por entrada irregular no país

Na quinta-feira, as autoridades conseguiram encontrar nove dos 17 migrantes que fugiram do quartel de Tavira onde aguardavam pela aplicação da ordem judicial de afastamento do território nacional, adiantou a fonte do SEF na ocasião.

O oitavo elemento foi detetado, segundo a mesma fonte, depois das 17:00 em Castro Marim, localidade que faz fronteira com Espanha e que dista cerca de 30 quilómetros do quartel do destacamento de Tavira do regimento de infantaria n.º 1 do exército.

Durante a manhã de quinta-feira, as autoridades policiais já tinham localizado dois cidadãos e um deles tinha sido transportado para o Hospital de Faro, depois de se ter ferido num pé durante a fuga, enquanto o outro se encontrava nas instalações da PSP de Tavira.

O grupo que em 16 de setembro desembarcou sem documentos na ilha Deserta, em Faro, era composto por 28 migrantes: 24 homens, que estavam instalados no quartel em Tavira, três mulheres, uma delas grávida, e um menor.

As três mulheres foram instaladas na Unidade Habitacional de Santo António, no Porto, enquanto o menor foi entregue ao Tribunal de Família e Menores de Faro.

O ministro da Administração Interna pediu na quinta-feira a abertura de um inquérito à fuga dos migrantes, para apurar “as circunstâncias da referida fuga e de eventuais responsabilidades disciplinares de elementos” do SEF e da PSP.

A embarcação em que os 28 migrantes chegaram à ilha tem cerca de sete metros e é semelhante às usadas nos outros cinco desembarques ilegais registados na região desde dezembro.

Este foi o sexto de desembarque ilegal na costa algarvia envolvendo migrantes do Norte de África.

O anterior tinha acontecido em julho, quando um grupo de 21 homens, alegadamente marroquinos, desembarcou na ilha do Farol, também no concelho de Faro.