Segundo um comunicado da Provedoria Europeia de Justiça, no inquérito, aberto por iniciativa própria, foi pedido acesso a documentos relativos às responsabilidades da Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira — Frontex – no salvamento de pessoas em perigo no mar, incluindo o relatório formal sobre a forma como os acontecimentos se desenrolaram com a embarcação de pesca naufragada “Adriana” em junho passado, quando se afogaram cerca de 500 migrantes, e sobre os outros incidentes recentes que envolveram perdas consideráveis de vidas no Mar Mediterrâneo.

A procuradora quer ainda saber como são partilhadas, entre a Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira (Frontex) e as autoridades nacionais, as informações relativas às operações de busca e salvamento e se a estrutura europeia tem uma palavra a dizer sobre a forma como estas operações são concebidas.

Na madrugada de 14 de junho, uma embarcação de pesca sobrelotada que transportava até 750 pessoas, incluindo cerca de 100 crianças, virou-se quando um navio da guarda costeira grega começou a rebocá-la para local seguro, estimando-se que 500 pessoas se tenham afogado.

Segundo as autoridades gregas, 104 pessoas foram resgatadas e 78 pessoas foram confirmadas como mortas.

Uma fotografia aérea da embarcação antes de afundar, divulgada pelas autoridades gregas, mostrava pessoas amontoadas no convés e a maioria sem coletes salva-vidas.

A guarda costeira da Grécia disse ter sido notificada pelas autoridades italianas — para onde se dirigia o barco, depois de ter zarpado da Líbia – sobre a presença da embarcação de pesca em águas internacionais.

As autoridades gregas disseram que os esforços dos seus próprios barcos e navios mercantes para ajudar a embarcação foram repetidamente rejeitados, com pessoas a bordo a insistir que pretendiam continuar a viagem para Itália.

A embarcação foi localizada no dia 13 de junho, durante o período da tarde, por um avião da Frontex, mas os migrantes a bordo “recusaram qualquer ajuda”, indicaram as autoridades portuárias gregas, num comunicado anterior.

Além dos barcos de patrulha da polícia portuária, uma fragata da Marinha de guerra grega, um avião e um helicóptero da Força Aérea, bem como seis barcos que navegavam naquela zona, participaram na operação de salvamento.