Nas declarações políticas da Comissão Permanente - órgão que substitui o plenário no período de férias - que hoje se reuniu no parlamento, o PS, através da deputada Isabel Ferreira, escolheu o tema da educação na véspera do arranque do ano letivo.
A socialista considerou que o “cenário é preocupante” e criticou o Governo do PSD/CDS-PP por ter criado uma “expectativa da resolução fácil e imediata dos problemas”.
“Agora, conscientes de que defraudaram as expectativas, argumentam que é preciso tempo para a resolução de problemas. Estes problemas agravaram-se durante a sua governação, sendo cada vez mais difícil acreditar em respostas de emergência que não servem o propósito”, condenou.
Defendendo que o executivo liderado por Luís Montenegro “está em campanha eleitoral permanente” e lança “programas precipitados”, Isabel Ferreira considerou que o Governo “não tomou o devido tempo para medidas estruturais” e “decidiu desaproveitar o concurso de professores”, tendo a “organização do ano letivo sido tardia, com enorme pressão dos diretores das escolas”.
Na resposta, o PSD, através do deputado Pedro Alves, assegurou que o seu partido não se desresponsabiliza e que “existe uma falha grave no sistema” educativo, considerando que a deputada do PS devia um “pedido de desculpas pela falta de investimento” na escola pública.
Sublinhando que estes problemas não resolvem em cinco meses e que o Governo do PSD vai assumir junto das famílias qual é a real situação, o social-democrata não poupou nas críticas ao PS.
“Com que autoridade é que vem pôr em causa a ação deste Governo quando tem uma folha de serviço que a deve envergonhar”, questionou.
Na mesma linha, pelo Chega, Bernardo Pessanha considerou surpreendente que o PS “traga debate a educação quando foi o principal responsável pela destruição da escola publica em Portugal”.
“Vai hoje o PS aproveitar a oportunidade para assumir as responsabilidades pelo estado em que deixou o ensino em Portugal”, perguntou.
Também a deputada da IL Patrícia Gilvaz defendeu que “o atual estado da educação em Portugal é reflexo e herança do governo do PS dos últimos oito anos”, criticando a declaração da deputada do PS.
À esquerda, o PCP lamentou que o ano letivo vá começar com todos os problemas por resolver, mas sublinhou que também “há responsabilidade dos anteriores governos do PS”.
“O Governo do PSD não está a tomar as medidas necessárias, mas o PS tem aqui muitas e muitas responsabilidades”, acusou Paula Santos, considerando que os socialistas tiveram todas as condições quando estiveram no poder para resolver um conjunto de problemas.
Pelo BE, Fabian Figueiredo considerou que “o Governo PSD/CDS-PP preparou mal o arranque das aulas” e “lançou um alarmismo irresponsável dizendo que tinham sido abertas seis mil vagas a mais” de professores, considerando que foi feito um “diagnóstico errado e um programa errado”.
Antes da declaração política do PS tinha sido a vez do PSD que escolheu Isaura Morais para subir ao púlpito.
A deputada social-democrata focou-se em questões sociais para elogiar um “Governo de palavra” e “diferente do anterior” que está a aplicar medidas “para os que mais precisam”.
“A palavra dada é agora, e vai continuar a ser, a palavra honrada”, disse, reeditando uma expressão do anterior primeiro-ministro socialista, António Costa.
Segundo Isaura Morais, “o Governo não vive de anúncios máximos e concretizações mínimas”, dando como exemplo de medidas que foram introduzidas as alterações ao Complemento Solidário para Idosos, a comparticipação de medicamentos e as medidas para “atrair e reter talento” dos jovens.
“A bancada do PSD continuará a garantir que o Governo tem e terá condições para dar seguimento ao bom trabalho”, prometeu.
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