“Na terça-feira, quando se quebrar a confidencialidade de forma legal da documentação enviada à comissão de inquérito, irão perceber que esta acusação do CDS é uma montanha que pariu um rato”, declarou o deputado socialista João Paulo Correia aos jornalistas, falando à margem da audição de hoje da comissão, ao presidente do Tribunal de Contas.
Antes, o CDS-PP havia alertado o ministro das Finanças para as “consequências penais” de mentir a uma comissão de inquérito, na sequência da polémica com o antigo administrador da CGD António Domingues.
O porta-voz dos democratas-cristãos e coordenador do partido na comissão de inquérito, João Almeida, lembrou um pedido efetuado em novembro para aceder a correspondência e comunicação trocada entre António Domingues e a tutela, à qual o Ministério das Finanças respondeu, em janeiro, que “inexistem trocas de comunicações com as características descritas”.
Em conferência de imprensa, no parlamento, o deputado centrista admitiu perguntar ao ministro das Finanças “se quer voltar atrás na resposta que deu” e prometeu não deixar de “voltar a chamar António Domingues para dizer se existem ou não documentos que até ao momento o ministério e o Governo têm dito que não existem”.
O PS, momentos depois, respondeu: “PSD e CDS têm atacado de forma irresponsável e doentia o senhor ministro das Finanças a propósito do envio de correspondência por parte do doutor António Domingues, matéria essa que está em estado confidencial na comissão de inquérito”.
O CDS, diz Paulo Correia, “não foi correto” e “não leu a totalidade da carta”, mas o socialista remeteu para terça-feira mais comentários após uma reunião da comissão de inquérito marcada para esse dia e que poderá “decidir a admissibilidade” da documentação em causa.
O assunto foi levado na quarta-feira ao parlamento pelo PSD e pelo CDS-PP, que confrontaram o primeiro-ministro com um artigo do jornal online “ECO” revelando uma carta de António Domingues ao ministro Mário Centeno, de novembro, segundo a qual haveria um compromisso dispensar os ex-gestores de entregarem a declaração ao Tribunal Constitucional.
No debate, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou que Mário Centeno “não mentiu” e acrescentou que não há qualquer prova que demonstre a existência de tal compromisso.
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