"Espero que o país possa continuar a contar de alguma forma com o contributo de António Costa", afirmou Pedro Nuno Santos, que falava aos jornalistas na sede nacional do PS, em Lisboa, onde hoje teve um encontro de cerca de uma hora e meia com António Costa.
Interrogado se o futuro político do ainda primeiro-ministro poderá passar por um cargo europeu, o recém-eleito secretário-geral do PS respondeu: "Não faz obviamente, como devem imaginar, sentido nós estarmos a falar em púbico daquilo que pode ou não António Costa fazer no futuro".
"António Costa tem o seu espaço de possibilidades aberto e ao seu dispor, com a certeza de que terá o PS ao seu lado – isso eu também já o disse várias vezes. Espero que o país possa continuar a contar de alguma forma com o contributo de António Costa", acrescentou.
Antes, Pedro Nuno Santos voltou a expressar reconhecimento e gratidão para com o trabalho de António Costa: "Foi um primeiro-ministro muito importante para o país, é ainda. Os resultados da governação são muito importantes, nós temos muito orgulho nesses resultados".
"E queremos agora continuar, não só concluir muitos dos projetos iniciados pelo atual Governo, mas darmos início a uma nova fase, um novo ciclo, como dizia António Costa, com um novo impulso, com uma nova energia", declarou.
Questionado se não sente António Costa como uma sombra, Pedro Nuno Santos rejeitou essa perspetiva: "Não, já o disse várias vezes. É um líder do PS pelo qual nós temos grande orgulho, a quem estamos gratos. E por isso ele dará sempre um contributo, não só ao país, dependendo das funções que ocupar, mas enquanto cidadão, enquanto militante do PS também a nós, e nós queremos beneficiar da experiência, da inteligência da sagacidade política de António Costa, como é evidente".
Quanto ao papel que o seu antecessor poderá ter nos próximos tempos no PS, disse que "pode ser útil das mais variadas maneiras", acrescentando: "Ao longo do tempo vão perceber, outras não vão perceber, porque decorrerá das conversas que nós vamos tendo ao longo do tempo, mas obviamente que terão oportunidade de perceber a forma como é que António Costa se pode envolver no próprio projeto do PS, isso com certeza".
Pedro Nuno Santos foi eleito secretário-geral do PS com 62% dos votos, em eleições diretas realizadas entre sexta-feira e sábado, que disputou com José Luís Carneiro, que ficou em segundo lugar, com 36%, e Daniel Adrião, que teve 1% dos votos.
Este processo eleitoral no PS foi aberto com a demissão de António Costa das funções de primeiro-ministro, em 07 de novembro, após ter sido tornado público que era alvo de um inquérito judicial instaurado pelo Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça a partir da Operação Influencer.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aceitou de imediato a demissão do primeiro-ministro e decidiu dissolver o parlamento e marcou eleições legislativas antecipadas para 10 de março.
António Costa foi pela primeira vez eleito secretário-geral do PS em 22 de novembro de 2014, dois meses depois de ter vencido primárias para candidato do partido ao cargo de primeiro-ministro, abertas a não militantes, que disputou com o então líder António José Seguro, em setembro desse ano. É primeiro-ministro desde 26 de novembro de 2015.
Candidataram-se à sua sucessão como secretário-geral PS o deputado ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação Pedro Nuno Santos, o atual ministro da Administração Interna e ex-secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, e o dirigente socialista Daniel Adrião, membro da Comissão Política, que se candidatou à liderança do partido pela quarta vez.
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