"Foram desferidos cortes, com arma não identificada, em três ‘outdoors' de grande dimensão, instalados em três rotundas da Estrada Nacional (EN 13), de acesso à Vila de Caminha, a Moledo e a Vila Praia de Âncora e da A28", lê-se na queixa hoje formalizada junto do Ministério Público (MP) e da Comissão Nacional de Eleições (CNE).

No documento, a que a agência Lusa teve acesso, o PS daquele concelho do Alto Minho refere que "foram igualmente cortados mais dois ‘outdoors' da campanha do PS às Assembleias de Freguesia de Vila Praia de Âncora e de Riba de Âncora".

"Em todos os casos, os golpes foram concretizados essencialmente no espaço ocupado pela imagem do candidato do Partido Socialista à presidência da Câmara Municipal de Caminha, Miguel Alves. Esta coincidência deixa-nos ainda mais preocupados, por se presumir deste foco e deste ato de vandalismo, uma intenção mais profunda, de intimidação, e de um ódio inadmissível no quadro da democracia e de atos eleitorais livres", adianta o documento que reúne o registo fotográfico daquele caso.

A candidatura do PS especifica que este episódio "acontece num curto espaço de tempo, dias depois da colocação, também na calada da noite, de centenas de pendões anónimos, por todo o concelho, com acusações várias, visando a candidatura do PS e do candidato do partido que é, simultaneamente, o atual presidente da Câmara Municipal de Caminha".

No documento, o PS diz tratar-se de "uma atuação inqualificável, que acontece num momento em que nem sequer se iniciou a campanha eleitoral".

A estrutura local do Partido Socialista já apelou à serenidade dos seus militantes e simpatizantes, mas teme que estes atos, de extrema gravidade e que oneram financeiramente a candidatura, possam ainda agudizar-se, uma vez que não se sabe de onde vem a ameaça, nem do que serão capazes estas pessoas no futuro", sustenta a candidatura socialista.

Em declarações à Lusa, o candidato do PS, que estimou os prejuízos em mais de mil euros, disse desconhecer os autores do vandalismo mas adiantou que "os rasgões que apresentam têm o mesmo estilo das centenas de cartazes amarelos e insultuosos que foram, recentemente espalhados pelo concelho".

"Na política não vale tudo. Foram criadas contas no Facebook para insultar o presidente da câmara, foram distribuídos cartazes anónimos com mentiras e assistimos a discursos incendiários que tiveram um epílogo natural nestes cartazes danificados", frisou Miguel Alves.

Apelou aos apoiantes da sua recandidatura à Câmara de Caminha "para não responderem, não retaliarem e continuarem com a campanha positiva".

Além da recandidatura de Miguel Alves, concorrem às eleições de 01 de outubro, Júlia Paula pelo PSD, Ricardo Lopes pelo CDS e João Alves Pires pela CDU.